Os rebeldes Huthis, próximos do Irão, combatem desde há sete anos as forças governamentais iemenitas, apoiadas por uma coligação militar dominada pela Arábia Saudita, o principal rival regional de Teerão.
"O embaixador partiu num avião iraquiano e encontra-se de momento em Bagdade", declarou à agência noticiosa AFP um alto responsável saudita que se exprimiu sob anonimato.
Na sua perspetiva, a partida do embaixador surgiu após um pedido dos rebeldes e com o aval de Riade, que autorizou este voo após uma mediação do Iraque e do sultanato de Omã entre os Huthis e os sauditas.
Os motivos e as circunstâncias desta partida não foram precisados pela fonte saudita.
Em Teerão, um porta-voz do ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros indicou que o embaixador está infetado com covid desde há alguns dias e que estavam reunidas as condições da sua transferência para o Irão, sem mais precisões.
O Irão, o único país que mantém relações diplomáticas com os Huthis, anunciou em outubro de 2020 o envio de um embaixador para Sanaa, mas sem especificar a forma como o diplomata Hassan Eyrlou chegou à capital iemenita, pelo facto de o espaço aéreo do país permanecer sob controlo saudita.
Em artigo publicado na sexta-feira, o diário Wall Street Journal citava fontes sauditas segundo as quais o pedido dos rebeldes é considerado pelos sauditas "como um sinal de tensões entre Teerão e o movimento extremista".
Desde a conquista de Sanaa pelos rebeldes em 2014, o Iémen envolveu-se numa guerra devastadora, acentuada pela intervenção um ano depois da coligação saudita. Hoje, constitui uma das mais graves crises humanitárias do mundo.
Segundo a ONU, a guerra terá provocado 377.000 mortos até ao final de 2021, mais de metade devido às consequências indiretas do conflito, em particular a escassez de água potável, fome e doenças.
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