Após uma reunião de crise na sua residência oficial em Downing Street, em Londres, Boris Johnson disse que as sanções serão apresentadas ainda hoje ao Parlamento.
As sanções irão atingir os interesses económicos russos "o mais duramente possível", disse Johnson, citado pelas agências espanhola EFE e francesa AFP.
Johnson disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, "quebrou completamente o direito internacional" com as suas ações em território ucraniano.
Putin assinou, na segunda-feira à noite, o reconhecimento das repúblicas separatistas de Lugansk e de Donetsk, na região oriental do Donbass, e ordenou às forças armadas russas que entrassem naqueles territórios ucranianos numa missão de "manutenção da paz".
A decisão foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Nesse ano, começou a guerra no Donbass entre separatistas pró-russos apoiados por Moscovo e o exército ucraniano, que provocou, desde então, mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo a ONU.
"Gostaria de salientar que este é apenas o primeiro pacote de sanções económicas do Reino Unido contra a Rússia, pois receio que possamos esperar um comportamento mais irracional por parte da Rússia", disse Boris Johnson.
O primeiro-ministro britânico insistiu que Putin está "determinado a levar a cabo uma invasão total da Ucrânia" após reconhecer a independência das duas regiões separatistas no leste do país.
Johnson disse que no caso de uma "invasão em grande escala" da Ucrânia e de um ataque à capital Kiev, que o Presidente russo "parece estar a propor", ninguém deve ter dúvidas de que "é absolutamente vital que esta ação, a conquista de outro país europeu, não seja bem-sucedida e que Putin falhe".
"Que não haja dúvidas de que se as empresas russas não forem capazes de mobilizar capitais nos mercados financeiros britânicos (...), isso começará a doer", afirmou Johnson.
O chefe do Governo britânico tenciona fazer uma declaração no Parlamento sobre a crise ucraniana para informar sobre o que está a acontecer no terreno e que medidas o Reino Unido espera tomar.
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