Ucrânia. China diz que "sanções extremas prejudicam todas as partes"

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China considerou que "sanções extremas são prejudiciais para todas as partes", na questão da Ucrânia, durante uma reunião por videoconferência com o chefe da diplomacia da União Europeia (UE).

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Lusa
30/03/2022 06:56 ‧ 30/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

 

De acordo com um comunicado emitido pelo Governo chinês, Wang Yi explicou a Josep Borrell que a China "escolhe a paz" e que, entre sanções e diálogo, está comprometida com o "diálogo".

Wang disse confiar que o "tempo mostrará que a atual posição da China é responsável", referindo-se ao conflito na Ucrânia.

A "velha mentalidade da guerra fria" e o "confronto entre blocos" não têm mais lugar na Europa, apontou.

"Não é justo ou legal" obrigar "países que não fazem parte do conflito a pagarem por isso", disse.

Wang reiterou que a China está "disposta a trabalhar com a comunidade internacional para alcançar um cessar-fogo, promover negociações de paz e evitar uma crise humanitária", e redobrar os esforços "para uma resolução rápida do conflito" que tenha em conta as "preocupações legítimas e razoáveis de todas as partes".

O ministro pediu que "não se adote uma abordagem simplista, a 'preto e branco', em "problemas de segurança complexos".

Borrell assegurou que a UE não tem o objetivo de "mudar o sistema político da Rússia" e expressou a sua oposição a "qualquer forma de nova guerra fria e confronto entre blocos", segundo o comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

"A União Europeia pede um cessar-fogo, a abertura de corredores humanitários, o não uso de armas de destruição em massa e a prevenção da evasão de sanções", disse o alto representante europeu, acrescentando que a União espera que Pequim "desempenhe um importante papel na promoção da paz".

Wang disse que a União Europeia e a China são "duas das principais forças no processo de multipolarização global" e, como tal, devem "manter a comunicação estratégica regularmente" para "enfrentar conjuntamente vários desafios globais".

Sobre as relações entre os dois atores, Borrell disse que a China e a UE "são forças estratégicas importantes no mundo e os pilares da recuperação e crescimento económico globais".

De acordo com a mesma nota, Borrell reiterou que a UE "adere à política de uma só China" e que "nenhum Estado membro se desviará" dessa posição.

No ano passado, alguns países membros da União Europeia, como a Lituânia, reforçaram os laços com Taiwan, ilha cuja soberania é reivindicada pela China, o que fez com que Pequim diminuísse o nível da sua relação diplomática com o país báltico.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a China mantém uma posição ambígua.

Pequim pede respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, mas evita usar a palavra "invasão" para se referir à ofensiva russa, reiterando a sua oposição às sanções contra Moscovo.

Recentemente, alguns países europeus, como a França, pediram que a China condenasse explicitamente a invasão russa da Ucrânia e usasse o seu peso diplomático para acabar com o conflito.

 

JPI // JMC

Lusa/Fim

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