A Índia revelou, esta sexta-feira, não existir qualquer pressão sobre o país, nomeadamente por parte de países ocidentais, para limitar as compras de energia à Rússia, noticia a Reuters.
Isto depois da Índia, o terceiro maior importador mundial de crude, ter ultrapassado a China para se tornar no maior comprador de petróleo russo no mês de julho, tendo por base os volumes transportados pelo mar.
No mesmo mês, a Rússia viria também a tornar-se no terceiro maior fornecedor de carvão da Índia, subindo da sexta posição que ocupava anteriormente.
Estes números de importações da Índia podem ser explicados pelos fortes descontos oferecidos pela Rússia ao país no âmbito da compra destes combustíveis.
Recentemente, os Estados Unidos da América tinham tentado motivar a Índia a 'afastar-se' daquele que é o seu principal fornecedor de armas, a Rússia. Porém, Nova Deli destacou que as necessidades próprias que têm, enquanto país emergente, são primordiais.
"As nossas decisões sobre o que fazemos relativamente à compra de petróleo ou de outros bens relacionados serão orientadas pelas nossas exigências de segurança energética", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, Arindam Bagchi, numa conferência de imprensa.
A mesma fonte esclareceu não ter conhecimento de nenhuma proposta específica sobre limites máximos de preços, acrescentando: "Certamente não poderia concordar com a ideia de que existe pressão sobre tais questões".
Até porque, recentemente, a Rússia garantiu que não forneceria petróleo a países que impusessem um limite de preços a este combustível.
Porém, no mês passado, Janet Yellen, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos da América, tinha descrito como "encorajadoras" as conversações com a Índia acerca de uma proposta para limitar os preços do petróleo - algo que Washington espera que venha dificultar o financiamento da guerra levada a cabo por Moscovo.
A Índia disse já que o comércio com a Rússia deverá aumentar nos próximos dois meses.
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