Sete anos de prisão para homem na posse da arma que matou jornalista

Um homem foi condenado esta quarta-feira a sete anos de prisão por possuir a arma que matou a jornalista Lyra McKee, em 2019, enquanto cobria os confrontos em Londonderry, na Irlanda do Norte.

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© Getty Images

Lusa
14/09/2022 21:34 ‧ 14/09/2022 por Lusa

Mundo

Irlanda do Norte

Além desta pena de prisão, a justiça de Belfast pronunciou também cinco anos de pena suspensa contra Niall Sheerin, de 29 anos.

Confrontado com o seu ADN na arma, Sheerin declarou-se culpado dos crimes de posse de armas e munições, com a intenção de permitir que outros coloquem a vida em risco.

A arma, uma pistola Hammerli X-Esse de calibre 22, foi encontrada embrulhada em sacos plásticos num buraco atrás de um poste em Londonderry, em 2020, junto com balas.

Análises balísticas concluíram que a arma tinha sido usada cinco vezes na cidade da Irlanda do Norte nos 21 meses anteriores, inclusive em 18 de abril de 2019, para atingir fatalmente a jornalista de 29 anos.

Numa audiência anterior, o advogado do réu tinha argumentado que este desconhecia o uso que tinha sido dado à arma, alegando que a tinha segurado apenas por um "curto período".

O Novo IRA (New Ira), um pequeno grupo paramilitar que se opõe ao processo de paz da Irlanda do Norte, disse que os seus membros dispararam contra McKee acidentalmente e que o alvo eram os agentes da polícia.

McKee era uma jornalista influente, que escreveu sobre a sua experiência enquanto homossexual na Irlanda do Norte e as dificuldades da geração de "bebés do cessar-fogo", uma referência aos jovens que cresceram após o acordo de paz da Sexta-feira Santa de 1998, que encerrou três décadas de violência sectária.

O grupo dissidente republicano também reivindicou a colocação de um dispositivo explosivo que foi descoberto em abril de 2021 sob o carro de uma polícia na cidade de Dungiven.

Estes acontecimentos ocorreram num contexto de escalada de tensões na Irlanda do Norte, após uma dúzia de noites de violência num cenário de revolta contra os controlos alfandegários introduzidos pelo 'Brexit' entre Londres e a Irlanda do Norte, uma província britânica.

A violência fez ressurgir memórias dos confrontos que ao longo de três décadas opôs republicanos, maioritariamente católicos, a favor da reunificação da Irlanda contra unionistas protestantes, defensores da adesão do norte da ilha ao Reino Unido.

O Acordo da Sexta-feira Santa, concluído em 1998, pôs fim ao conflito que provocou 3.500 mortes e que estabeleceu uma paz frágil, mas os grupos paramilitares permaneceram ativos.

 

DMC (BM/RJP) // RBF

Lusa/Fim

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