Perante a Assembleia Geral da ONU, o líder palestiniano defendeu que Israel está "premeditada e deliberadamente a sabotar a solução de dois Estados", agindo nos territórios ocupados com "total impunidade".
"Isso prova inequivocamente que Israel não acredita na paz. Quer impor o 'status quo' pela força e pela agressão. Ou seja, não temos um interlocutor israelita com quem conversar", concluiu Abbas.
O líder da Autoridades Palestiniana sublinhou que Israel está a levar a cabo uma campanha de construção de colonatos nos territórios palestinianos, permitindo que o seu exército, com "liberdade total", mate ou use força excessiva contra os palestinianos.
"Aqui está a verdade: este é um regime de 'Apartheid'", acrescentou Abbas, exigindo que Israel seja responsabilizado pelos "seus massacres" e acusando a comunidade internacional de "proteger" o Estado judeu.
O líder palestiniano reiterou ainda o seu apelo para que Israel seja levado perante o Tribunal Penal Internacional.
No dia anterior, também perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, tinha dito que "uma grande maioria dos israelitas apoia a visão da solução de dois Estados", mostrando-se empenhado em alcançá-la.
Lapid, colocou, no entanto, uma condição, pedindo que "um futuro Estado palestiniano seja pacífico".
No seu discurso na Assembleia Geral da ONU, na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, também reiterou o seu apoio à criação de um Estado palestiniano, mas sem anunciar nenhuma iniciativa concreta para relançar as negociações, que estão suspensas desde 2014.
A semana de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas começou na terça-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, e irá prolongar-se até à próxima segunda-feira, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo, entre eles o primeiro-ministro português, António Costa.
Esta é a primeira Assembleia Geral desde o início da guerra na Ucrânia e a primeira em formato presencial desde o início da pandemia.
O evento decorre sob o tema "Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados", e terá como foco a guerra na Ucrânia e as crises globais a nível alimentar, climático e energético.
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