Iémen. ONU com esperança que acordo seja alcançado para estender tréguas

As Nações Unidas (ONU) lamentaram hoje que os rebeldes huthis e o Governo do Iémen não tenham prolongado as tréguas, mas manifestaram esperança de que um acordo seja alcançado, segundo o porta-voz do secretário-geral, António Guterres.

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Lusa
03/10/2022 22:13 ‧ 03/10/2022 por Lusa

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"O secretário-geral está dececionado, mas nem toda a esperança está perdida. Ainda há tempo para as partes chegarem a um acordo sobre a continuação, e as partes precisam de mostrar por sua própria ação que não recorrerão à violência", disse o porta-voz, Stéphane Dujarric, num 'briefing à imprensa'.

Dujarric confirmou que o enviado da organização ao Iémen, Hans Grundberg, está a explorar opções para ambas as partes.

"Então, estamos a avançar. O senhor Grundberg está em discussão com várias partes, mas não vemos isto como o fim do caminho. Estamos muito desapontados com a situação atual, mas ainda há tempo para as partes fazerem o que precisam para beneficiar o povo do Iémen", acrescentou.

Também a União Europeia (UE) lamentou hoje a incapacidade das partes no Iémen de chegar a um acordo para estender o cessar-fogo, em vigor desde abril, culpando especificamente a situação pela falta de flexibilidade dos huthis por rejeitarem a proposta de Grundberg.

Nesse sentido, a UE exortou a milícia iemenita a mostrar "genuíno compromisso com a paz, moderar as suas demandas e agir de forma construtiva" com o enviado das Nações Unidas, depois de apontar que rejeitar a proposta que Grundberg colocou na mesa é um "erro estratégico" e não é o que os iemenitas "querem e merecem".

Grundberg procura não apenas que a trégua seja estendida, mas também que sejam alcançados novos compromissos que permitam, entre outros, reabrir as estradas que permanecem bloqueadas em partes do país e pagar os salários dos funcionários públicos.

O objetivo, segundo a organização, é melhorar a vida dos iemenitas e, ao mesmo tempo, facilitar um processo político que leve ao fim negociado do conflito.

A trégua no Iémen terminou oficialmente no domingo, sem que tenha sido anunciado um acordo sobre o seu prolongamento, o que ameaça o progresso feito nos últimos meses naquele país devastado por quase oito anos de guerra.

O Conselho de Liderança Presidencial do Iémen acusou no domingo os rebeldes huthis de não quererem prolongar a trégua mediada pela ONU, que terminou sem que as partes em conflito chegassem a acordo.

O Iémen vive desde 2014 mergulhado num conflito entre rebeldes huthis, próximos do Irão, e forças do Governo, apoiadas por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita e que inclui os Emirados Arabes Unidos. Os huthis controlam a capital Sanaa e grandes extensões de território no norte e oeste do país.

Um cessar-fogo de dois meses, mediado pelas Nações Unidas, entrou em vigor em 02 de abril, tendo depois sido renovado duas vezes.

O enviado da ONU ao Iémen, Hans Grundberg, deslocou-se nos últimos dias à capital imenita (Sanaa), controlada pelos rebeldes, depois a Omã, na esperança de garantir o prolongamento do cessar-fogo.

Encontrou-se ainda em Riade com o presidente do Conselho iemenita Rashad al-Alimi, segundo a agência de notícias Saba Net.

Rashad al-Alimi acusou os huthis de minarem "os esforços para aliviar o sofrimento do povo imenita", apelando a que coloquem o interesse da população em primeiro lugar.

Por outro lado, o líder rebelde Mehdi Machat defendeu que a proposta da ONU "não atende às aspirações do povo imenita", segundo o canal dos huthis Al Massira TV.

Além de um cessar-fogo, a trégua previa uma série de medidas humanitárias, algumas das quais não foram implementadas, com as duas partes a acusarem-se de não respeitarem os compromissos.

De acordo com a ONU, a guerra no Iémen já causou centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados, com dois terços da população a necessitar de ajuda humanitária.

Leia Também: Iémen. Seis combatentes separatistas mortos em explosão

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