Zelensky avisa G20: "Há um Estado terrorista entre vós"
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou, esta quarta-feira, a Rússia de ter querido enviar uma mensagem ao G20 com o ataque na Polónia, que atribuiu às forças russas.
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Mundo Ucrânia/Rússia
Há "um Estado terrorista entre vós, contra o qual temos de nos defender", disse Zelensky, referindo-se à Rússia, numa segunda intervenção por videoconferência na cimeira do G20, segundo a agência francesa AFP.
Um míssil, provavelmente de fabrico russo, mas cuja origem permanece desconhecida, atingiu território polaco e matou duas pessoas na terça-feira, suscitando a condenação unânime dos líderes ocidentais.
O Ministério da Defesa russo negou que o míssil tenha sido disparado pelas suas forças, que bombardearam infraestruturas de energia por toda a Ucrânia na terça-feira.
Zelensky reiterou hoje a acusação contra Moscovo numa mensagem publicada na sua página na internet, citada pela agência espanhola EFE.
Na mensagem, Zelensky referiu-se à cimeira do G20 na ilha indonésia de Bali, que terminou hoje, na qual "todos falaram sobre como pôr fim à guerra russa".
Lembrou depois os ataques de que a Ucrânia foi alvo na terça-feira, com "quase 1 00 mísseis", que fizeram pelo menos um morto em Kyiv.
"Infelizmente, há vítimas humanas. E não só na Ucrânia. Os mísseis russos atingiram ontem [terça-feira] o território da vizinha Polónia. Deve haver uma resposta rápida", acrescentou.
O presidente ucraniano não apresentou, no entanto, quaisquer provas para estas alegações.
O incidente na Polónia está a ser investigado pela NATO, dado que ocorreu no território de um dos países da Aliança Atlântica.
Já na terça-feira, pouco depois do incidente se ter tornado conhecido, Zelensky tinha afirmado que a explosão na Polónia fora causada por mísseis russos.
"O que temos vindo a alertar há muito tempo aconteceu. O terror não se limita às nossas fronteiras nacionais. Os mísseis russos atingiram a Polónia", disse na altura.
A Polónia convocou uma reunião de emergência com os seus aliados da NATO depois de ter anunciado que um "projétil de fabrico russo" tinha caído no seu território, junto à fronteira com a Ucrânia, matando duas pessoas.
Fotos publicadas nos meios de comunicação social mostraram um veículo agrícola danificado junto a uma grande cratera.
A imprensa polaca disse que as vítimas eram trabalhadores agrícolas.
O presidente norte-americano, Joe Biden, disse em Bali, após uma reunião de emergência dos membros do G7 e da NATO, que havia informações preliminares que punham em causa que o míssil tivesse sido disparado a partir da Rússia.
"É improvável nas linhas de trajetória que tenha sido disparado da Rússia, mas veremos", disse Biden.
Na reunião dos sete países que integram o G20, foi aventada a hipótese de o míssil ter sido disparado pela defesa antiaérea ucraniana ao tentar anular um ataque russo, noticiou hoje o jornal britânico Financial Times.
A Rússia disse, na terça-feira, que não tinha atacado alvos perto do território polaco onde caiu o míssil e descreveu as alegações contra Moscovo como uma "provocação deliberada".
A cimeira de Bali terminou com a aprovação de uma declaração conjunta segundo a qual a maioria dos membros do G20 "condenou veemente a guerra na Ucrânia".
Na declaração, os membros do G20 disseram também que na reunião foram manifestadas "outras posições" sobre o conflito.
[Notícia atualizada ás 10h16]
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