"Gostaria de comunicar que o Governo de Timor-Leste decidiu adiar a sua candidatura ao Conselho de Direitos Humanos do período de 2024-2026, para o período de 2027-2029", anunciou Adaljiza Magno.
"Provido com uma rica experiência na reconstrução de um país devastado pela guerra para um país agora estável e democrático que promove a realização dos Direitos Humanos para todos, bem como a nossa experiência como um pequeno Estado insular em desenvolvimento, Timor-Leste acredita que poderá trazer uma perspetiva distinta ao Conselho", afirmou.
Adaljiza Magno falava na 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre na cidade suíça de Genebra.
No inicio de fevereiro o Governo timorense deliberou suspender a candidatura ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, apoiando à candidatura da Indonésia à instituição.
"Assim, Timor-Leste alinha a sua posição com a decisão da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático], que endossou a República da Indonésia como candidato único da organização ao Conselho de Direitos Humanos para o período de 2024-2026, suspendendo a sua candidatura até à eleição do Conselho de Direitos Humanos para o período de 2027-2029", disse o Governo, em comunicado.
Magno disse que a eleição de Timor-Leste for eleito "reforçaria a visão da representatividade e diversidade dos membros que formam o Conselho", motivo pelo qual pediu apoio à candidatura de Díli.
Num discurso perante a sessão, Magno referiu-se aos progressos conseguidos por Timor-Leste no capítulo dos direitos humanos, manifestando preocupação pela situação do Saara Ocidental e de Myanmar.
Recordou o papel "crucial" do Comité de Direitos Humanos na defesa da autodeterminação timorense, concretizada com o referendo de 30 de agosto de 1999, em que os timorenses votaram por ampla maioria a favor da independência
Timor-Leste, notou, aceitou 186 das 194 recomendações feitas pelo grupo de trabalho no quadro da 3ª Revisão Periódica Universal ao país, em janeiro do ano passado, explicando que o Estado está a trabalhar para a sua implementação.
Este ano, recordou, Timor-Leste tornou-se Estado parte Convenção de Pessoas com Deficiência.
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