Cidadãos querem Ucrânia na UE em 2030, segundo sondagem nos EUA

Uma sondagem encomendada pela organização não-governamental norte-americana National Democratic Institute (NDI) indica que 92 por cento dos cidadãos ucranianos são a favor da adesão do país na União Europeia em 2030.

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© REUTERS/Marko Djuric

Lusa
03/03/2023 11:50 ‧ 03/03/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A sondagem encomendada pelo NDI, com sede em Washington, foi elaborada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, que indica na ficha técnica que a pesquisa é o resultado de 2.508 entrevistas telefónicas efetuadas entre os dias 4 e 16 de janeiro.

De acordo com os dados do portal oficial do instituto de sociologia ucraniano, foram excluídos os contactos nos "territórios temporariamente ocupados antes do dia 23 de fevereiro de 2022 (República Autónoma da Crimeia, cidade de Sebastopol e as regiões ocupados no Donetsk e em Lugansk".

Por outro lado, os residentes dos territórios ocupados (pela Rússia) depois de 24 de fevereiro de 2022 só foram entrevistados quando demonstraram "sentir segurança" com o contacto estabelecido pelo instituto de sociologia de Kiev.

A pesquisa que está a ser também divulgada e interpretada pelo grupo de investigação ("think tank") francês Euractiv, com sede em Bruxelas, Bélgica, indica que a maior parte dos ucranianos (92%) é a favor da entrada do país na União Europeia em 2030.

"Em dezembro de 2021, antes da invasão (24 de fevereiro de 2022) apenas 67% votariam 'sim' num referendo sobre a adesão imediata", refere a sondagem comparando os valores anteriores. 

Na análise do portal do Euractiv "esta tendência é confirmada por uma sondagem recente que indica que 87% dos ucranianos votariam pela adesão à União Europeia num referendo - o valor mais elevado registado até ao momento."

A mesma tendência da opinião pública (ucraniana) "pode ser observada" em relação à Aliança Atlântica.

"A sondagem do NDI refere que 86% dos inquiridos gostariam que a Ucrânia fosse membro da NATO em 2030, enquanto 59% apoiavam a adesão imediata antes da guerra (2022)", destaca o Euroctiv.  

A pesquisa refere ainda que "89% dos inquiridos se mostram muito otimistas ou 'mais otimistas' do que pessimistas sobre o futuro da Ucrânia".

O Euroctiv, analisando os valores da sondagem, afirma que "atualmente mais ucranianos acreditam que a guerra não se vai prolongar além do próximo mês de maio".

"Anteriormente (em 2022) 44% pensava que a guerra não ia durar meio ano. Apenas 33% pensa o mesmo atualmente, enquanto que aqueles que pensam que o conflito vai prolongar-se mais um ano (até 2024) aumentou 15% (o dobro do valor da sondagem anterior)", refere a análise à pesquisa. 

Na mesma sondagem "68% dos inquiridos referem uma redução dos rendimentos desde o início da guerra (2022); 64% indicam deterioração da saúde mental; 50% uma deterioração da saúde física; 46% indicam situações de separação familiar; 37% a perda de amigos e família; 29% a perda de emprego e 9% a perda de habitação".   

Metade das pessoas contactadas referem falhas regulares de eletricidade nos locais onde habitam, enquanto 26% indicam problemas no acesso a ligações de internet e 12% dizem que enfrentam problemas no abastecimento de água. 

O índice de popularidade do chefe de Estado, Volodymyr Zelensky, situa-se nos 88%. 

"A troca do território atualmente ocupado pela paz é uma situação altamente impopular: 88% pensa que é uma posição totalmente inaceitável ou inaceitável sendo que 71% dos inquiridos pensam o mesmo sobre a renúncia à candidatura da Ucrânia à NATO" e sobre a renúncia à União Europeia, 75% diz não aceitar a situação.

Por outro lado, "apenas" 29% dos inquiridos aceitam atualmente negociações de paz com a Rússia, nota o Euractiv sobre a sondagem ucraniana encomendada pela organização não-governamental norte-americana.

Leia Também: Diplomata da Ucrânia na UE alerta para "apagão" e pede munições

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