As pessoas retiradas do país do nordeste de África incluem funcionários da embaixada russa em Cartum e da representação no Ministério da Defesa no Sudão, e respetivas famílias, segundo um comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Também foram retirados cidadãos da Rússia, de países da Comunidade de Estados Independentes (CEI) e de "vários países amigos que solicitaram assistência para regressar à terra natal".
A operação foi ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin.
O ministério acrescentou que a operação envolveu aviões de transporte das Forças Aeroespaciais Russas.
Os combates no Sudão, que já fizeram centenas de mortos, opõem os dois generais que comandam o país desde o golpe de Estado de 2021.
Trata-se do chefe do exército, Abdel Fattah al-Burhane, e do comandante das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês)), Mohamed Hamdane Daglo, também conhecido como Hemedti.
O grupo paramilitar russo Wagner também opera no Sudão há anos, com acesso às minas de ouro do país, mas tem-se mantido discreto desde o início dos combates.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas alertou, no domingo, que o conflito aberto pode desencadear uma crise alimentar em toda a região da África Oriental.
O Sudão, com mais de 49 milhões de habitantes, situa-se junto ao Mar Vermelho, que o separa da Arábia Saudita.
Tem fronteiras terrestres com Egito, Eritreia, Líbia, Chade, República Centro-Africana e Sudão do Sul.
Os paramilitares das RSF envolveram-se em combates com o exército sudanês em 15 de abril, em Cartum, mas a violência alastrou-se a outras zonas do país.
Durante os primeiros combates, foram mortos três funcionários do PAM.
O diretor do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, alertou, na segunda-feira, que mais de 800.000 pessoas poderão fugir dos combates no Sudão.
Pelo menos 73.000 pessoas chegaram aos países vizinhos do Sudão desde o início dos combates, segundo o ACNUR.
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