EUA. Detida a mulher que matou a vizinha afro-americana a tiro

A mulher que estava em liberdade depois de alegadamente ter matado a tiro uma vizinha afro-americana, na semana passada, na Florida, foi detida cinco dias após o incidente e depois de pedidos de justiça pela comunidade.

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© Getty Images

Lusa
08/06/2023 00:52 ‧ 08/06/2023 por Lusa

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O gabinete do Xerife do Condado de Marion, no centro da Florida, confirmou hoje a detenção de Susan Louise Lorincz, de 58 anos, a mulher branca acusada de homicídio involuntário e outros crimes pela morte de Ajike "AJ" Owens, de 35 anos.

"Através da investigação, que incluiu a obtenção de depoimentos de testemunhas oculares (...), ficou estabelecido que as ações de Lorincz não são justificáveis pela a lei da Florida", destacou o gabinete do xerife.

Após a morte de Owens, Lorincz alegou que agiu em legítima defesa quando a vítima tentou arrombar a sua porta, acrescentando que a vizinha a tinha perseguido e atacado antes.

O meio de comunicação local Ocala StarBanner observou que, de acordo com os advogados da família da vítima, os quatro filhos de Owens estavam a brincar na rua quando a vizinha os insultou e ordenou que saíssem da sua propriedade.

As crianças saíram, mas deixaram um iPad, que foi levado pelo vizinha.

Quando uma das crianças voltou para recuperar o aparelho eletrónico, a mulher agrediu-o e partiu o ecrã do iPad ao arremessá-lo, de acordo com familiares da vítima.

Owens, depois de saber do ocorrido, foi até à residência da mulher para a confrontar, tendo sido baleada.

A não detenção e acusação de Loricz após o incidente gerou indignação na comunidade afro-americana, que se mobilizou para exigir justiça.

O xerife Billy Woods tinha abordado esta segunda-feira, em conferência de imprensa, a polémica lei da Florida "Stand Your Ground" ["Fique onde está", em português), que permite a uma pessoa que considera estar em risco de morte ou ameaça física grave utilizar "força letal " em vez de fugir do local.

O conhecido advogado de direitos civis Ben Crump, que liderou a equipa jurídica da família de George Floyd, o afro-americano assassinado por um polícia em Minneapolis em 2020, criticou na rede social Twitter que a mulher suspeita do disparo ainda não tenha sido detida.

"A mulher não identificada, que alegadamente atirou sobre a nossa cliente através da porta, NÃO foi presa ou acusada de nada pela polícia pelo homicídio", realçou Crump.

Em entrevista à MSNBC na segunda-feira, a mãe de Owens disse que a sua filha agiu "como qualquer mão faria".

"Ela apenas bateu à porta, estava desarmada, sem armas. Ela só queria respostas. Ela queria falar com outro adulto sobre o incidente com seu filho de 9 anos", referiu.

A presidente do Partido Democrata da Florida, Nikki Fried, pediu hoje justiça para Ajike "AJ" Owens e pediu "reformas" na lei "Stand Your Ground".

"Esses estatutos desatualizados encorajam as pessoas a escalar os conflitos para um ponto sem retorno. Não podemos continuar a ignorar as mortes de inocentes da Florida para preservar a cultura das armas", sublinhou Fried, em comunicado.

Leia Também: Florida. Detida mulher acusada de matar vizinha em alegado crime racista

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