O presidente ucraniano criticou a forma como tem sido discutida até agora a adesão da Ucrãnia à NATO, durante a cimeira em Vilnius, na Lituânia, considerando que será "absurdo" se a Ucrânia não for convidada para a aliança durante esta semana.
Volodymyr Zelensky desloca-se na quarta-feira a Vilnius, para a primeira cimeira entre a NATO e a Ucrânia, numa altura em que as negociações sobre a expansão da aliança têm-se intensificado - especialmente após a Turquia abrir a porta à entrada da Suécia e de Kyiv insistir na sua própria adesão.
Através do Twitter, Zelensky começou por afirmar que valoriza os seus aliados e a segurança partilhada, mas também defende que "a Ucrânia merece respeito"
"Temos recebido sinais que um certo fraseamento está a ser discutido sem a Ucrânia. E gostaria de enfatizar que esse fraseamento é sobre o convite para se tornar membro da NATO, e não sobre a adesão da Ucrânia. É inédito e absurdo quando uma janela temporal não é definida, nem para o convite, nem para a adesão da Ucrânia", atirou Zelensky, considerando que a forma como têm sido discutidas as condições de entradas é "vaga".
We value our allies. We value our shared security. And we always appreciate an open conversation.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) July 11, 2023
Ukraine will be represented at the NATO summit in Vilnius. Because it is about respect.
But Ukraine also deserves respect. Now, on the way to Vilnius, we received signals that…
Ao longo dos últimos dias, vários países da NATO assumiram a vontade de ver a Ucrânia na aliança, depois dessa mesma intenção ter sido um dos fatores que levou a Rússia a invadir o país, em fevereiro de 2022. No entanto, a maioria dos aliados mostrou-se reticente em relação a uma entrada imediata, esperando que o país cumpra certas condições antes de se tornar na mais importante fronteira da NATO com a Rússia.
Para Volodymyr Zelensky, "parece não existir prontiudão para convidar a Ucrânia para a NATO ou torná-la membro da aliança", e avisa que a "janela de oportunidade está a ser deixada no ar", o que, acredita, apenas dá "motivação [à Rússia] para continuar o seu terror".
"A incerteza é fraqueza. E irei discutir abertamente isto na cimeira", adianta o presidente.
A cimeira da NATO arranca oficialmente esta terça-feira e os líderes mundiais já se começaram a reunir em Vilnius, na Lituânia. Na segunda-feira, antes mesmo do início da cimeira, a Turquia mostrou-se finalmente disponível para aceitar o pedido de adesão da Suécia, depois de uma série de concessões por parte do governo de Estocolmo.
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