O Servico de Segurança Ucraniano (SBU) disse em comunicado que o deputado foi apanhado em flagrante quando recebeu 6.000 dólares (mais de 5.500 euros ao câmbio atual) de um militar, que também foi detido.
Os investigadores também detiveram um empresário da região que atuou como intermediário, segundo o comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Os suspeitos, cuja identidade não foi revelada, podem ser condenados a penas de prisão até oito anos.
A operação insere-se no âmbito de uma campanha contra a corrupção nos centros de recrutamento.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demitiu todos os recrutadores militares regionais em 11 de agosto, depois de uma investigação ter revelado uma corrupção generalizada nestas estruturas.
O Ministério Público ucraniano já tinha anunciado na terça-feira a realização de uma busca a mais de 200 centros de recrutamento militar.
"A aplicação da lei descobriu esquemas de corrupção em grande escala em quase todas as regiões do país", disse o Ministério Público.
Os investigadores suspeitam "do envolvimento de funcionários dos gabinetes de recrutamento militar, encarregados dos exames médicos e sociais".
Segundo a investigação, em troca de subornos, "os funcionários ajudaram os cidadãos a obter certificados de invalidez ou a serem reconhecidos como temporariamente inaptos para o serviço".
"Isto permitiu-lhes adiar ou evitar o serviço militar", acrescentou o Ministério Público.
A Ucrânia está sob lei marcial desde que foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, no âmbito da qual foi decretada uma mobilização geral dos 18 aos 60 anos.
A luta contra a corrupção é uma das exigências da Comissão Europeia para que a Ucrânia possa aderir à União Europeia (UE).
Desde o início do ano, os organismos anticorrupção da Ucrânia revelaram dois casos de grande visibilidade.
Em maio, o presidente do Supremo Tribunal foi detido no âmbito de um processo de corrupção que envolveu o equivalente a cerca de 2,4 milhões de euros.
Em janeiro, um caso relacionado com fornecimentos do exército levou a uma série de demissões em ministérios, regiões e no sistema judicial do país.
A Ucrânia formalizou o pedido de adesão à UE em 28 de fevereiro de 2022, quatro dias depois de a Rússia ter invadido o país, e recebeu o estatuto de país candidato em junho.
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