Num comunicado divulgado pelo Kremlin, os dois chefes de Estado mantiveram uma conversa telefónica em que expressaram "grande preocupação" face ao aumento do número de vítimas civis e à situação humanitária "catastrófica" que se vive em Gaza, considerando "inadmissível" atacar bairros residenciais e edifícios religiosos e sociais.
"Também foram discutidos os esforços ativos desenvolvidos pela parte russa no âmbito do Conselho de Segurança da ONU e as correspondentes medidas político-diplomáticas da Turquia destinadas a pôr termo ao derramamento de sangue e a assegurar a entrega de ajuda humanitária", acrescentou a Presidência russa.
O Kremlin sublinhou que as posições de Moscovo e Ancara "coincidem praticamente e visam a concretização da conhecida fórmula dos dois Estados, que prevê a criação de uma Palestina independente que coexista com Israel num quadro de paz e segurança".
O Presidente russo já tinha apelado segunda-feira ao acesso "sem entraves" da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, durante um encontro com o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito israelo-palestiniano na semana passada, mas a resolução de cessar-fogo falhou devido à oposição de quatro membros do Conselho, incluindo os Estados Unidos, que criticaram o projeto de texto por não mencionar o movimento islamita Hamas.
Putin também manteve conversações com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, bem como com líderes iranianos e árabes, na esperança de lançar conversações de paz.
A 07 de outubro, as milícias do movimento islâmico Hamas, que governa Gaza desde 2007, entraram em território israelita e lançaram milhares de foguetes. Em reação, Israel lançou uma resposta militar enérgica.
Na terça-feira, as autoridades sanitárias palestinianas afirmaram que 5.300 pessoas morreram, 2.055 delas crianças, e cerca de 18.000 ficaram feridas nos ataques de retaliação israelitas em Gaza, provocados pela incursão dos militantes do Hamas no Estado judaico.
Por seu lado, o Hamas, movimento islamita que controla Gaza desde 2007 e que a União Europeia (UE) e os Estados Unidos consideram um "grupo terrorista", deu hoje conta de que morreram quase 5.800 palestinianos.
Na Cisjordânia, os confrontos com as forças israelitas e os colonos mataram mais 95 palestinianos, 28 dos quais crianças, nas últimas duas semanas.
Segundo fontes oficiais israelitas, cerca de 1.400 pessoas foram mortas em Israel desde 07 de outubro, a grande maioria na sequência dos ataques do Hamas.
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