A multidão juntou-se no cruzamento em Bank, parte do bairro financeiro, para uma nova marcha organizada pela coligação de pacifistas Stop The War até à Praça do Parlamento.
Munidos de bandeiras palestinianas e cartazes a pedir um cessar-fogo, cantaram palavras de ordem como "Liberdade para a Palestina".
Um manifestante com uma máscara do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pintou com tinta vermelha as mãos, uma boneca e uma bandeira de Israel para simbolizar o sangue derramado durante o conflito.
Cada vez mais frequente é a inclusão de desenhos de talhadas de melancias nos cartazes, tal como nas redes sociais.
A fruta foi um símbolo que os palestinianos passaram a usar depois da guerra dos Seis Dias, em 1967, para contornar a proibição em Israel da exibição de bandeiras palestinianas, recorrendo a uma gravura com as mesmas cores (verde, branco, vermelho e preto).
O protesto mobilizou diferentes tipos de manifestantes, desde cidadãos normais a grupos de judeus, muçulmanos e cristãos, bem como militantes de outras partes do país como Newcastle, Birmingham ou Manchester.
Acompanhado por dois amigos, Tim Baker viajou de Bristol, no sul de Inglaterra, onde participa em protestos semanais pró-Palestina.
"Não percebo como é que podem defender o que Israel está a fazer. Morreram 23.500 pessoas, a maioria mulheres e crianças. Não é justificável, é um crime", disse à agência Lusa.
Para estes três amigos, o Hamas representa um grupo de resistência à ocupação israelita, comparável ao Exército Militar Irlandês (IRA na sigla inglesa), responsável por vários ataques terroristas entre 1969 e 1994 que escutaram em cerca de 1.800 mortos.
"Se alguém cresce a ver familiares a morrerem em bombardeamentos, vai acabar assim", lamentou Deborah Davies, que só não participou em uma das sete manifestações.
Mesmo condenando os ataques violentos do Hamas em 07 de outubro que resultaram em em 1.200 mortos, na sua maioria civis, e mais de 200 reféns, Celia Webster considera uma "hipocrisia" o que Israel está a fazer pois "vai radicalizar ainda mais o Hamas".
"O Reino Unido tem sido cúmplice com a situação e as pessoas precisam de se revoltar e fazer-se ouvir", afirmou à Lusa.
A situação das crianças na Faixa de Gaza foi simbolizada pela "Pequena Amal, uma marioneta de 3,5 metros originalmente destinada a chamar a atenção para o sofrimento dos refugiados sírios".
A marioneta tornou-se um emblema dos direitos humanos durante uma viagem de 8.000 quilómetros desde a fronteira turco-síria até Manchester, em julho de 2001.
Mais uma vez, a manifestação foi rodeada de uma grande operação de segurança da Polícia Metropolitana de Londres, com cerca de 1.700 agentes em serviço, incluindo muitos vindos de fora da capital.
Aos organizadores, que esperavam 250.000 pessoas, foram impostas várias condições, incluindo uma diretiva segundo a qual nenhum participante no protesto se deve aproximar da Embaixada de Israel.
No domingo, está prevista uma manifestação pró-Israel também em Londres.
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