Durante uma entrevista à televisão estatal russa, Putin assegurou que iria trabalhar com quem os EUA elegessem como presidente, mas disse de forma inequívoca que preferia que Biden ganhasse, porque seria uma melhor escolha do ponto de vista russo.
"Biden é mais experiente, mais previsível. É um político da velha escola. Mas trabalharemos com quem o povo americano escolher", adiantou.
Inquirido sobre as questões da saúde de Biden, Putin respondeu: "Não sou médico e não considero apropriado comentar esse assunto".
O presidente russo salientou que as questões sobre a saúde de Biden aparecem "quando a campanha eleitoral está a ganhar velocidade nos EUA e a enveredar por um caminho agressivo".
Acrescentou que as alegações sobre os problemas de saúde de Biden também estavam em circulação quando se encontraram na Suíça, em junho de 2021, mas que testemunhou o contrário e viu o líder norte-americano em boa forma.
Já sobre as políticas do governo dos EUA, Putin disse que as considera erradas.
As relações entre a Federação Russa e o Ocidente estão no nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria, depois de Putin manar invadir a Ucrânia, há quase dois anos, em 24 de Fevereiro de 2022.
"Acredito que a posição da atual administração está errada e disse isso ao presidente Biden", acrescentou Putin.
O presidente russo justificou a invasão da Ucrânia para aí proteger os falantes de russo e prevenir uma ameaça à segurança da Federação Russa, colocada pelo pedido ucraniano de entrar na NATO.
Putin argumentou ainda que foi forçado a agir depois de a Ucrânia e os seus aliados terem recuado cumprir um acordo, de 2015, que dava mais poderes aos territórios ucranianos separatistas, onde milicianos com apoio russo lançaram uma rebelião em 2014.
"Apenas lamento não ter agido mais cedo, penando que estava a lidar com pessoas decentes", acentuou.
Inquirido sobre a declaração de Trump, no sábado, nem que avisou que autorizaria a Federação Russa a atacar quem quisesse na NATO que dedicasse menos do equivalente a dois por cento do produto interno bruto à defesa, Putin respondeu que compete aos EUA determinarem qual é o seu papel na aliança.
A afirmação de Trump contrasta frontalmente com a de Biden, que se comprometeu a "defender todo o território da NATO".
Putin descreveu a NATO como "um instrumento de política externa dos EUA", acrescentando que "se os EUA pensam que já não precisam deste instrumento, é algo que lhes compete decidir".
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