Embaixada argentina em Caracas sem luz após acolher oposição venezuelana

A embaixada da Argentina em Caracas ficou sem luz elétrica depois de ter acolhido vários líderes da oposição venezuelana, denunciou hoje a diplomacia de Buenos Aires.

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© Leonardo Fernandez Viloria/Getty Images

Lusa
27/03/2024 14:16 ‧ 27/03/2024 por Lusa

Mundo

Caracas

"A República Argentina manifesta a sua preocupação pelo incidente ocorrido ontem [terça-feira], que resultou na interrupção do fornecimento de eletricidade na residência oficial em Caracas, e adverte o Governo da Venezuela contra qualquer ação deliberada que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático argentino e dos cidadãos venezuelanos sob proteção", afirmou em comunicado.

A diplomacia argentina recordou "a obrigação do Estado de acolhimento de salvaguardar as instalações da missão diplomática contra intrusões ou danos e de preservar a tranquilidade e a dignidade da missão".

No documento, divulgado na rede social X pelo Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Buenos Aires apontou a sua "enraizada vocação histórica de promover e salvaguardar os direitos humanos fundamentais" e manifestou a sua preocupação com "a deterioração da situação institucional e com os atos de assédio e perseguição dirigidos contra personalidades políticas na Venezuela".

Sem precisar o número ou a identidade dos opositores venezuelanos que recebeu "como hóspedes", invocou a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas para justificar ter recebido "dirigentes políticos da oposição na Residência Oficial da Embaixada da Argentina em Caracas".

"O Presidente [argentino] Javier Milei insta o socialista Nicolás Maduro a garantir a segurança e o bem-estar do povo venezuelano, bem como a convocar eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas, sem proscrições de nenhum tipo", acrescentou.

Nas últimas semanas, as autoridades venezuelanas detiveram nove opositores, dois do partido Causa R e sete do Vente Venezuela (VV), por alegadamente conspirarem contra o Presidente, Nicolás Maduro, e prepararem atos violentos no país para forçar a candidatura da opositora Maria Corina Machado, que foi desqualificada de participar nas eleições presidenciais de 28 de julho.

As mesmas acusações levaram ainda as autoridades a emitir, na semana passada outros sete mandados de detenção para integrantes do VV.

Na segunda-feira, as autoridades venezuelanas anunciaram a detenção em Caracas de três homens armados acusados de tentar matar Nicolás Maduro.

As detenções foram anunciadas pelo vice-presidente de Mobilização e Eventos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do regime), durante a mobilização de simpatizantes em apoio à recandidatura presidencial de Nicolás Maduro.

De momento não há são conhecidos mais detalhes sobre estes três últimos detidos.

Terça-feira, a líder do VV denunciou durante uma conferência de imprensa em Caracas que foi impedida de registar a candidatura da sua substituta, Corina Yoris e que "a repressão aumentou brutalmente".

Todos os dias, acusou, "o regime inventa uma conspiração para acusar a oposição de coisas horrendas que só cabem nas suas mentes truculentas".

Leia Também: UE e EUA preocupados com entraves a candidaturas da oposição na Venezuela

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