"Condenamos veementemente o assassínio do israelita Binyamin Achimeir, de 14 anos", disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, em comunicado, acrescentando que as autoridades dos Estados Unidos estão também "cada vez mais preocupado com a violência cometida contra civis palestinianos e contra as suas propriedades".
"A violência deve parar. Os civis nunca são alvos legítimos", disse o porta-voz, apelando às autoridades para que "tomem todas as medidas para proteger de perigos todas as comunidades".
Neste comunicado, a diplomacia dos Estados Unidos apela ainda a Israel e à Autoridade Palestiniana para "fazerem todo o possível para diminuir a tensão" na região, lembrando que a morte do adolescente israelita provocou uma onda de violência que deveria ser evitada.
Dezenas de colonos israelitas invadiram na sexta-feira uma aldeia na Cisjordânia, atirando e incendiando casas e carros, num surto de violência que matou um palestiniano e feriu outros 25, segundo autoridades de saúde do território.
O grupo israelita de direitos humanos Yesh Din descreveu que os colonos invadiram a localidade de al-Mughayyir na noite de sexta-feira, em busca do rapaz de 14 anos que estava desaparecido do seu assentamento.
Vídeos divulgados na rede X pelo grupo de direitos humanos mostravam nuvens escuras de fumo saindo de carros em chamas, ao som de tiros e uma fotografia exibia o que parecia ser uma multidão de colonos mascarados.
O Ministério da Saúde palestiniano informou que um homem foi levado morto para o hospital e 25 foram tratados por ferimentos.
O Crescente Vermelho Palestiniano disse, por sua vez, que oito dos feridos foram atingidos por tiros de colonos.
O Exército israelita comentou que os colonos estavam à procura do rapaz desaparecido e que os seus militares abriram fogo quando estavam a ser atingidos por pedras lançadas por palestinianos, acrescentando que os soldados também expulsaram os colonos da localidade.
Este episódio foi o mais recente de uma escalada de violência na Cisjordânia desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há mais de seis meses entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
De acordo com autoridades de saúde palestiniana, mais de 460 palestinianos foram mortos na Cisjordânia pelas forças israelitas desde o início do conflito, em 07 de outubro.
Várias vozes internacionais, incluindo o Presidente norte-americano, Joe Biden, têm levantado repetidamente preocupações sobre o aumento na violência dos colonos contra os palestinianos na Cisjordânia.
Grupos de defesa dos direitos humanos há muito que acusam os militares israelitas de não conseguirem travar a violência dos colonos ou punir os soldados por irregularidades.
A guerra na Faixa de Gaza foi iniciada em 07 de outubro com um ataque terrorista sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, onde matou quase 1.200 pessoas e levou outras 240 como reféns.
Desde então, Israel encetou uma retaliação em grande escala no enclave controlado pelo Hamas, provocando a morte de mais de 33 mil pessoas, na maioria civis, e mergulhando o território numa grave crise humanitária, além de ter aumentado a tensão militar em toda a Palestina e na região do Médio Oriente.
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