"Aquilo não é uma proposta para a paz, é apenas para mais agressão, mais ocupação. [A proposta de Putin] não foi feita de boa-fé", declarou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.
No final de uma reunião dos ministros com a pasta da Defesa da NATO, incluindo o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, Stoltenberg rejeitou a "oferta de [Vladimir] Putin" para cessar as hostilidades no território ucraniano.
"Não é a Ucrânia que tem de retirar tropas do território ucraniano [...]. Isto demonstra que o único objetivo da Rússia é controlar a Ucrânia. Por essa razão é que vamos continuar a apoiá-la", completou o secretário-geral da NATO.
Em consonância com o secretário-geral da Aliança Atlântica, o Secretário de Estados norte-americano, Lloyd Austin, defendeu que o Kremlin "não pode ditar" as regras para um cessar-fogo e para o fim do conflito que iniciou há praticamente dois anos e meio.
Jens Stoltenberg também anunciou que os 32 países do bloco político-militar concordaram com a criação de um plano para centralizar o apoio militar à Ucrânia, com armamento e instrução de militares.
A ideia é assegurar a continuidade do apoio ao país invadido pela Rússia "a longo prazo" e o plano está a ser ponderado como uma maneira de evitar que outros países - nomeadamente os Estados Unidos da América com uma hipotética eleição de Donald Trump para presidente, em novembro - cortem o financiamento.
O secretário-geral da organização político-militar rejeitou que este plano faça a NATO integrar o conflito: "Só reforçar o nosso apoio à Ucrânia para que consiga fazer valer o seu direito à autodefesa".
A proposta, ainda embrionária, vai ser detalhada na cimeira de Washington, que se realizará entre 09 e 11 de julho, e faz parte dos compromissos acrescidos com que os Estados-membros deverão concordar.
O presidente russo prometeu hoje um cessar-fogo imediato e o fim do conflito se a Ucrânia deixar cair a pretensão à NATO e os territórios ocupados pelas tropas russas.
A Rússia ocupa praticamente a totalidade do Lugansk e grandes porções da região do Donetsk, assim como partes de Zaporíjia e de Kherson.
[Notícia atualizada às 14h41]
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