"Cão que ladra, não morde. Nasrallah, se não parar com as ameaças e a violência e se retirar para o rio Litani, será considerado o destruidor do Líbano", disse Israel Katz na rede social X.
O rio Litani fica a norte da chamada Linha Azul, uma demarcação entre Israel e o Líbano estabelecida pela ONU em 2000, mas não reconhecida por nenhum dos dois países.
A declaração de Katz é a mais recente ameaça de Israel contra o grupo xiita libanês, num contexto de tensões que não se registavam desde a guerra de 2006, com o receio de uma nova escalada na fronteira.
O Hezbollah abriu fogo contra o território israelita a 08 de outubro, um dia depois do início da guerra em Gaza entre Israel e o grupo islamita Hamas, na sequência de um ataque do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana em território israelita, no qual morreram 1.200 pessoas e cerca de 240 foram raptadas.
Desde então, mais de 500 pessoas foram mortas em ambos os lados da fronteira entre Israel e o Líbano, a maioria das quais do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 330 baixas de milicianos e comandantes, alguns dos quais na Síria.
Hoje, o exército israelita intercetou dois 'drones' explosivos que se aproximavam do Líbano antes de chegarem ao território israelita e, nos últimos dias, a troca de tiros aumentou.
Domingo, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou que um eventual cessar-fogo com o Hamas em Gaza não significaria o fim das trocas de tiros com o Hezbollah, a menos que este chegasse a um acordo com Israel.
Terça-feira, um ataque israelita na Síria matou um antigo guarda-costas pessoal do líder do Hezbollah, indicou hoje um responsável do grupo militante libanês.
A notícia surge horas depois de um ataque de um 'drone' israelita a um carro na Síria, perto da fronteira entre a Síria e o Líbano, ter sido noticiado por um monitor de guerra e pela rádio pró-governamental Sham FM. O funcionário do Hezbollah falou sob condição de anonimato, de acordo com os regulamentos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização pró-oposição com sede no Reino Unido, referiu que dois membros do Hezbollah que estavam no carro foram mortos no ataque, enquanto um motorista sírio ficou gravemente ferido.
As autoridades sírias e as forças armadas israelitas não se pronunciaram de imediato.
Mais tarde, o Hezbollah identificou o militante como Yasser Nemr Qranbish, embora não tenha revelado os pormenores da sua morte, como normalmente acontece com os combatentes que não desempenham funções de liderança.
Nas redes sociais, os apoiantes do grupo lamentaram a sua morte, chamando-lhe o "escudo dos Sayyed", em referência ao seu mandato como guarda-costas do líder do Hezbollah.
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