"Estamos empenhados e apelamos à unidade nacional", afirmou Marzouk, após a assinatura do acordo, em Pequim, comprometendo-se a acabar com a divisão e reforçar a unidade, visando a criação de um governo de "reconciliação".
Segundo a agência de notícias oficial Xinhua, as fações palestinianas estão reunidas na capital chinesa desde domingo, para discutir o futuro da Faixa de Gaza após a guerra.
O Hamas não deu mais pormenores sobre o acordo, anunciado após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sugerindo uma mediação por parte da China.
"Os dois grupos palestinianos rivais, juntamente com 12 outras fações políticas, reuniram-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, concluindo as conversações que tiveram início no domingo", lê-se numa nota difundida pela televisão estatal CCTV.
Os dois grupos assinaram a Declaração de Pequim sobre "o fim da divisão e o reforço da unidade palestiniana", segundo a CCTV.
Embora o Hamas e a Fatah tenham dito várias vezes que iam trabalhar em conjunto, sem sucesso, a assinatura da declaração coincide com o facto de o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter dito que um cessar-fogo entre Israel e o Hamas parece estar à vista.
O Hamas e a Autoridade Palestiniana tiveram várias rondas de conversações sobre a unidade desde que o Hamas expulsou as forças da Fatah de Gaza, numa violenta tomada do território em 2007.
Mas os esforços de unidade foram destruídos pela rivalidade entre fações e pela recusa do Ocidente em aceitar qualquer governo que inclua o Hamas, a menos que este reconheça expressamente Israel.
Pequim tem reclamado um papel maior para a China na resolução de questões internacionais. No ano passado, a diplomacia chinesa mediu também as negociações que culminaram num acordo entre Arábia Saudita e Irão para o restabelecimento das relações diplomáticas.
De acordo com o Presidente chinês, Xi Jinping, a China deve "participar ativamente na reforma e construção do sistema de governação global" e promover "iniciativas de segurança global".
A China avançou também com um plano para a paz na Ucrânia, que os países ocidentais desvalorizaram, por pôr "agressor e vítima" ao mesmo nível.
Em particular, a China defende a noção de "comunidade com um futuro partilhado", que visa contrariar a arquitetura de segurança erguida pelo Ocidente depois da Segunda Guerra Mundial. Pequim acusa a doutrina ocidental de estimular o confronto entre blocos e minar a estabilidade em diferentes partes do mundo.
[Notícia atualizada às 07h58]
Leia Também: ONU denuncia que uma criança é morta a cada dois dias na Palestina