Embora o meio de comunicação estatal russo RT já tenha sido sancionado pelo seu trabalho de difusão da propaganda e da desinformação do Kremlin, as alegações anunciadas hoje pelo Departamento de Estado norte-americano sugerem que o seu papel vai muito além das operações de influência, noticiou a agência Associated Press (AP).
Em vez disso, de acordo com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a RT é uma parte fundamental da máquina de guerra da Rússia e dos seus esforços para minar os seus aliados democráticos.
"A RT deseja que as suas novas capacidades secretas de inteligência, bem como os seus esforços de desinformação de longa data, permaneçam ocultos", destacou Blinken.
A RT criou 'sites' que se apresentam como portais de notícias legítimos para espalhar desinformação e propaganda na Europa, África, América do Sul e outros lugares, destacaram as autoridades norte-americanas.
Washington acusou o meio de comunicação de também expandir o uso de operações cibernéticas com uma nova unidade ligada à inteligência russa, criada no ano passado.
O esforço de 'crowdsourcing' procurou angariar fundos para os fornecimentos militares russos, alguns dos quais foram adquiridos na China, acrescentaram as autoridades norte-americanas.
Não houve ligações óbvias entre a RT e a campanha de angariação de fundos, nem qualquer indicação de que as autoridades chinesas soubessem que os seus produtos estavam a ser vendidos à Rússia, sublinharam.
As ações da RT mostram que "não é apenas um quartel de desinformação, mas um membro de pleno direito do aparelho de inteligência e da operação do governo russo", acusou Jamie Rubin, que dirige o Centro de Envolvimento Global do Departamento de Estado.
As sanções anunciadas na sexta-feira visam a organização-mãe da RT, a TV-Novosti, bem como um grupo de comunicação estatal relacionado chamado Rossiya Segodnya, e ainda Dmitry Kiselyov, diretor-geral da Rossiya Segodnya.
Uma terceira organização e o seu líder, Nelli Parutenko, foram também sancionados por alegadamente conduzirem um esquema de compra de votos na Moldova, concebido para ajudar os candidatos apoiados por Moscovo nas próximas eleições.
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