Principal partido da oposição no Botsuana obtém maioria no parlamento

O UDC, o principal partido da oposição no Botsuana, obteve a maioria absoluta no parlamento após eleições marcadas pela derrota histórica do partido BDP, no poder há quase 60 anos, anunciou hoje a comissão eleitoral.

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Lusa
01/11/2024 13:20 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Botsuana

O parlamento vai eleger o Presidente do país, que deverá ser Duma Boko, um advogado de 54 anos defensor dos direitos humanos e candidato presidencial da UDC.

 

Anteriormente, o Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, anunciou que vai demitir-se, após resultados parciais mostrarem a derrota nas eleições legislativas do seu partido.

"Gostaria de felicitar a oposição pela sua vitória e conceder a eleição", declarou o chefe de Estado cessante, durante uma conferência de imprensa.

Masisi disse que ligou ao líder da Coligação para a Mudança Democrática (UDC, na sigla em inglês), Duma Boko, para o informar de que vai reconhecer a derrota.

Boko, um advogado de direitos humanos de 54 anos, é agora favorito para ser nomeado pelo parlamento como o próximo presidente do Botsuana.

Resultados parciais das eleições legislativas de quarta-feira, divulgados horas antes, mostram que a UDC liderava com 19 dos 61 lugares no parlamento. O Partido do Congresso de Botsuana (BCP, na sigla em inglês) tinha sete e a Frente Patriótica do Botsuana (BPF) tinha cinco.

O Partido Democrático do Botsuana (BDP), do Presidente Masisi, conquistou apenas um lugar até ao momento.

Masisi, que tomou posse em 2018, garantiu que iria "iniciar todos os procedimentos administrativos para facilitar a transição".

"Estamos realmente preparados para nos demitirmos e nos tornarmos uma oposição leal que fiscaliza o governo", disse o líder de 63 anos.

Mais de um milhão de eleitores neste país rico em diamantes foram às urnas para escolher também entre quatro candidatos para liderar a democracia mais antiga da região, que está nas mãos do BDP há 58 anos, desde a independência dos britânicos, em 1966.

O Botsuana, um país estável e multipartidário, realiza eleições gerais de cinco em cinco anos, que são consideradas livres e justas.

Masisi tornou-se Presidente do país depois de o seu antecessor, Ian Khama, se ter demitido 18 meses antes, para cumprir rigorosamente a Constituição, que limita o mandato dos chefes de Estado a dez anos.

O atual Presidente foi severamente criticado por Khama, que no ano passado o acusou de autoritarismo e de ser uma ameaça à democracia.

Embora seja um dos países mais ricos de África em termos de Produto Interno Bruto 'per capita', o Botsuana também é um dos mais desiguais do mundo, de acordo com o Banco Mundial, e a sua economia tem sofrido nos últimos anos com a queda do preço dos diamantes.

Os diamantes, de que é o segundo maior produtor mundial, representam um quarto da economia do país e mais de 90% das suas exportações.

Leia Também: Presidente do Botsuana reconhece derrota eleitoral e anuncia demissão

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