Alemanha deverá ir a eleições. Quem são os quatro candidatos a chanceler?

A Alemanha deverá ir a eleições antecipadas a 23 de fevereiro e já são conhecidos os quatro candidatos dos partidos com maior representação no Bundestag, com a extrema-direita a escolher, pela primeira vez, apenas um nome para a corrida.

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Lusa
15/12/2024 09:54 ‧ há 2 horas por Lusa

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Depois de votada a moção de confiança no Bundestag (Parlamento Alemão) esta segunda-feira, é expectável que o governo minoritário, liderado por Olaf Scholz, caia, com o presidente Frank-Walter Steinmeier a marcar novas eleições para 23 de fevereiro.

 

Olaf Scholz é novamente o candidato do Partido Social Democrata (SPD), Friedrich Merz é o nome escolhido pela União Democrata-cristã (CDU), Alice Weidel é a figura da Alternativa para a Alemanha (AfD), e Robert Habeck é o candidato dos Verdes a chanceler.

Na República Federal da Alemanha realizaram-se eleições antecipadas em três ocasiões. Em 1972, com Willy Brandt, do Partido Social Democrata (SPD), a perder a moção de confiança, mas a ser reeleito chanceler. Em 1982, Helmut Schmidt, do SPD, foi alvo de uma moção de censura, dando lugar a Helmut Kohl da União Democrata-cristã (CDU). Em 2005, Gerhard Schröder (SPD) pediu uma moção de confiança e perdeu a votação, marcando o início dos 16 anos do governo de Angela Merkel (CDU).

Olaf Scholz

A liderança do SPD voltou a nomear Olaf Scholz, de 66 anos, como candidato a chanceler nas próximas eleições federais de 2025. O nome ainda precisa de ser confirmado oficialmente no congresso do partido marcado para 11 de janeiro.

Com o fim da coligação semáforo, depois de Scholz demitir o seu ministro das Finanças e líder dos Liberais, Christian Lindner, somaram-se as críticas e as dúvidas sobre a atuação do ainda líder do executivo.

Boris Pistorius, surgiu como o nome preferido dos eleitores alemães, sendo o político com o mais elevado índice de popularidade no país. Mas o ministro da Defesa anunciou que não estaria disponível para entrar na corrida ao lugar máximo da chancelaria.

Scholz é o chanceler menos popular da Alemanha desde a reunificação em 1990. De acordo com as sondagens, o SPD está em terceiro lugar, atrás da AfD e da CDU.

Friedrich Merz

O líder do partido de centro-direita CDU e do grupo parlamentar conservador que inclui a União Social Cristã (CSU) da Baviera, Merz é o candidato nomeado pelos dois partidos. Apesar de nunca ter ocupado um cargo público, as sondagens dão-lhe, para já, uma vitória com um resultado de mais de 30 por cento.

Caso seja eleito chanceler, Merz, de 69 anos, irá tornar-se a pessoa mais velha a assumir o cargo de líder do governo alemão desde Konrad Adenauer, que tinha 73 anos quando tomou posse.

Católico convicto e advogado na região rural de Sauerland, no oeste da Alemanha, Merz tem uma longa carreira no setor privado, incluindo a passagem por uma das maiores empresas de gestão de ativos do mundo, a BlackRock.

Começou a sua carreira política como membro do Parlamento Europeu pela CDU em 1989, mas retirou-se lentamente depois da eleição inicial de Angela Merkel, conhecida como a sua grande rival, como chanceler. Em 2009 fez uma pausa na política, regressando ao Bundestag em 2021, depois de Merkel se ter reformado.

Robert Habeck

Poucos dias depois do fim da coligação "semáforo", Habeck, atual ministro da Economia, anunciou a sua intenção de se candidatar a chanceler pelos Verdes. Annalena Baerbock já tinha renunciado à sua candidatura em julho, deixando o caminho ao também vice-chanceler.

No congresso do partido, realizado em novembro, em Wiesbaden, Robert Habeck foi escolhido para candidato por 96,48% dos delegados, manifestando-se confiantes de que, nos próximos meses, o eleitorado decidirá restaurar a confiança no partido ambientalista.

Os Verdes lideraram brevemente as sondagens no início da campanha de 2021, mas caíram drasticamente, terminando no terceiro lugar com 14,7%. Habeck diz que "muita coisa pode mudar em todas as frentes" até às eleições de fevereiro.

Habeck quer continuar a lutar pela proteção do clima, pela reestruturação da economia e por subsídios estatais elevados. Não é popular entre a ala mais à esquerda do seu partido, que se mostrou incrédula com a sua aprovação de medidas para endurecer a política de asilo e imigração.

Alice Weidel

É a primeira vez que a Alternativa para a Alemanha (AfD), se apresenta a umas eleições federais com apenas um candidato. O nome escolhido foi o de Alice Weidel, co-líder do partido de extrema-direita desde 2022, deverá ser confirmado no congresso que se realiza poucas semanas antes das legislativas.

Weidel trabalhou para a Goldman Sachs e a Allianz Global Investors e como consultora empresarial independente antes de se dedicar à política. A candidata da AfD, de 45 anos, sabe que não poderá chegar a chanceler já que nenhuma outro formação está disponível a integrar o partido numa coligação.

Apesar de ter vencido duas eleições regionais este ano, e de surgir em segundo lugar nas sondagens para a votação antecipada de fevereiro, a Alternativa para a Alemanha enfrenta um pedido de mais de uma centena de membros do Bundestag que querem que seja banida pelo Tribunal Constitucional Federal.

Leia Também: Deputados alemães votam moção de confiança esta segunda-feira

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