"O coordenador da ajuda de emergência atribuiu quatro milhões de dólares a Moçambique para apoiar a resposta humanitária rápida", lê-se num documento do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) de atualização de dados do impacto do ciclone Chido em Moçambique, divulgado hoje.
No documento, a OCHA refere que foi enviada uma equipa, liderada pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) moçambicano, para os distritos afetados pelo ciclone para fazer o levantamento do número de pessoas afetadas e das principais necessidades da população.
A organização humanitária World Vision Moçambique também anunciou hoje que vai prestar assistência a 75 mil pessoas afetadas pelo ciclone no norte de Moçambique, particularmente crianças, um apoio estimado em 1,2 milhão de dólares (1,1 milhão euros).
"A organização terá de assegurar cerca de 1,2 milhões de dólares para viabilizar intervenções multifacetadas, nos setores de alimentação, abrigo, água, saneamento e higiene, e proteção", lê-se num comunicado da organização, enviado à comunicação social.
A World Vision refere que o apoio contribuirá para mitigar o impacto do ciclone, agravado pela insegurança alimentar e pela violência armada no norte de Moçambique, receando-se ainda a eclosão de novos surtos de cólera e outras doenças de origem hídrica.
Pelo menos 34 pessoas morreram em Cabo Delgado, Nampula e Niassa, na passagem do ciclone tropical intenso Chido, no domingo, e 35 mil casas foram afetadas, além de 34 unidades sanitárias, segundo novo balanço preliminar divulgado hoje.
De acordo com um relatório do INGD, o ciclone tropical intenso Chido de escala 3 (1 a 5), que se formou em 05 de dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo em Moçambique pelo distrito de Mecúfi, EM Cabo Delgado, "com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora" e chuvas fortes.
Entre os impactos preliminares já contabilizados, até às 18:00 locais (menos duas horas em Lisboa) de segunda-feira, a situação já afeta 174.518 pessoas, num total de 34.219 famílias, 34 mortos -- 28 em Cabo Delgado, três em Nampula e três em Niassa - e 319 feridos, além de 11.744 casas parcialmente destruídas e 23.598 totalmente destruídas.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
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