"Para determinar que se trata de um genocídio, o padrão legal é incrivelmente elevado e, por isso, discordamos das conclusões desta hipótese", declarou à imprensa Vedant Patel, porta-voz adjunto do Departamento de Estado norte-americano, país aliado de Israel.
Patel acrescentou que "isto não retira o facto de existir uma crise humanitária catastrófica em Gaza".
A organização não-governamental Human Rights Watch e os Médicos Sem Fronteiras juntaram hoje as suas vozes às acusações de genocídio ou de atos de natureza genocida contra Israel pela condução da guerra em Gaza, rejeitadas pela diplomacia israelita, que considerou serem "mentiras".
Numa declaração que acompanha a sua investigação, a HRW acusou especificamente as autoridades israelitas de "privarem intencionalmente os civis palestinianos do enclave de um acesso adequado à água, o que provavelmente causou milhares de mortes".
Estas acusações surgem duas semanas depois das acusações de "genocídio" feitas pela Amnistia Internacional, conclusões já consideradas "infundadas" por Washington.
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) também publicaram um relatório onde acusam Israel de "limpeza étnica" na ofensiva em Gaza, na sequência do ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023.
Os MSF afirmam ter investigado 41 ataques contra o seu pessoal, incluindo ataques aéreos a centros médicos e disparos contra comboios humanitários.
"Mesmo no seu relatório, a organização deixa claro que não tem autoridade legal para determinar a intencionalidade dos ataques contra os MSF", afirmou Vedant Patel.
O porta-voz da diplomacia dos EUA acrescentou que o país está grato "pelo importante papel desempenhado pelas organizações da sociedade civil, incluindo os Médicos Sem Fronteiras", e manifestou que os Estados Unidos estão "profundamente preocupados com a extensão dos danos causados aos civis neste conflito".
O Ministério das Relações Exteriores de Israel acusou hoje a HRW de mentir.
"Este relatório está repleto de mentiras flagrantes, mesmo vindas da HRW, para quem a fasquia já é baixa", referiu o ministério, em comunicado.
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