O 'Robinson Crusoe italiano', Mauro Morandi, que viveu isolado durante mais de três décadas no ilhéu de Budelli, na Sardenha, em Itália, famoso pela sua praia cor-de-rosa, morreu aos 85 anos, a 3 de janeiro. Tinha regressado à civilização há cerca de três anos.
A causa da morte de Morandi foi uma hemorragia cerebral, segundo confirmou Antonio Rinaldis, autor de um livro biográfico sobre o eremita durante o seu isolamento, ao The New York Times.
Mauro Morandi 'tropeçou' no ilhéu em 1989, quando viajava de barco rumo à Polinésia - para escapar ao consumismo e à sociedade contemporânea - e o seu catamarã avariou.
A maré virou a seu favor e, nessa altura, soube que o antigo vigilante estava prestes a reformar-se e decidiu vender a sua embarcação e aceitar o trabalho.
O eremita manteve-se isolado em Budelli durante 32 anos e, ao longo desse tempo, dedicou-se a limpar as praias, criou um sistema improvisado de energia solar e ainda construiu uma lareira para se aquecer nas noites frias de inverno.
Para além disso, nas escassas vezes em que apareciam visitantes no ilhéu, partilhava parte do seu tempo com os mesmos de forma a educá-los sobre Budelli.
A sua casa foi um antigo abrigo da Segunda Guerra Mundial até 2021, quando a sua vivência tranquila chegou ao fim e foi despejado após uma longa disputa com as autoridades do parque nacional La Maddalena, que planeavam transformar a ilha num centro de educação ambiental.
Com os planos de uma vida a serem travados abruptamente, o eremita foi viver para a cidade de La Maddalena, num apartamento com um quarto oferecido pelas autoridades italianas. Perante uma nova realidade, Morandi revelou que estava "focado em comunicar com quem me rodeia e a estar perto de outras pessoas", em declarações à CNN em 2021.
Morandi sofria de inúmeros problemas de saúde e, no ano passado, sofreu uma queda grave que o obrigou a regressar a Modena, a sua terra natal, onde acabou por morrer.
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