A junta militar tem sido acusada de efetuar múltiplos ataques contra alvos civis, na tentativa de reprimir a resistência ao seu golpe de Estado de 2021.
O último ataque teve como alvo um mercado numa área de exploração mineira de ouro e ocorreu cerca das 11 horas de sábado, disse à agência de notícias francesa AFP o coronel Naw Bu, porta-voz dos rebeldes do Exército de Independência de Kachin (KIA).
"Todos os mortos eram civis, incluindo garimpeiros e comerciantes locais", disse ele.
O KIA, que conta com cerca de 7.000 combatentes, luta há décadas contra o exército para obter autonomia e controlo dos recursos locais no Estado de Kachin.
Este território alberga importantes minas de jade e de materiais raros, a maior parte dos quais exportados para a China.
Segundo o porta-voz, o ataque teve lugar numa zona mineira do município de Tanaing, no oeste do Estado.
Imagens difundidas pelos meios de comunicação social locais mostram uma grande cratera no meio de uma área repleta de destroços. Um habitante local, que não quis ser identificado, disse à AFP que três dos dez feridos tinham entretanto morrido.
O KIA controla uma grande parte do estado de Kachin, de maioria cristã e onde se encontram as maiores minas de jade do mundo.
A região tem sido palco de violentos combates após o golpe de Estado de 2021, com a junta a acusar o KIA de armar e treinar as novas Forças de Defesa Popular que surgiram para combater o Governo.
Entretanto, outro grupo rebelde, o Exército Arakhan (AA), envolvido em intensos confrontos no Estado de Rakhine contra os militares birmaneses, disse que a junta tinha lançado 15 bombas em três ataques no sábado a um mercado público na cidade de Kyauktaw, no Estado de Arakhan.
A junta confirmou que houve civis mortos e feridos, mas não indicou o número.
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