Joseph Aoun foi eleito Presidente da República do Líbano a 09 de janeiro, na sequência de uma guerra entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah, que dela saiu muito enfraquecido e se viu obrigado a aceitar um cessar-fogo a 27 de novembro.
Segundo um comunicado da Presidência, Aoun abordou com o chefe do Centcom, Erik Kurilla, "a situação no sul e as fases de concretização da retirada israelita do sul, em conformidade com o plano elaborado para o efeito".
Nos termos do acordo da trégua, o Exército libanês deve destacar-se, juntamente com Capacetes Azuis, no sul do Líbano, de onde o Exército israelita deverá retirar num período de 60 dias que termina a 26 de janeiro.
Por sua vez, o Hezbollah deve retirar as suas forças que se encontram estacionadas a norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelo-libanesa, e desmantelar todas as infraestruturas militares que ainda existam no sul do país.
Foi criado um mecanismo de monitorização composto por França, Estados Unidos, Líbano, Israel e a força de manutenção da paz da ONU no Líbano (FINUL) para supervisionar a aplicação deste acordo.
O chefe de Estado libanês e o líder do Centcom também discutiram "formas de reforçar a cooperação entre os Exércitos libanês e norte-americano", segundo o comunicado do gabinete presidencial.
Os Estados Unidos têm sido um dos principais apoiantes financeiros das Forças Armadas libanesas, particularmente desde o colapso económico do país, em 2019.
A eleição do ex-comandante do Exército Joseph Aoun pôs fim a mais de dois anos de vacância na chefia do Estado, num contexto de profunda crise económica e política, também marcada pelo enfraquecimento do poderoso movimento pró-iraniano Hezbollah.
Entretanto, Israel realizou no domingo ataques aéreos ao leste e ao sul do Líbano, tendo o Exército israelita afirmado ter como alvo o Hezbollah, nomeadamente rotas de contrabando ao longo da fronteira com a Síria.
Ataques israelitas ao sul do Líbano mataram cinco pessoas na sexta-feira, segundo o Ministério da Saúde libanês, tendo o Exército israelita argumentado ter como alvo um veículo do Hezbollah que transportava armas.
O ministro da Defesa de Israel, Israël Katz, acusou no domingo o Hezbollah de não retirar "para lá do rio Litani" e de não respeitar outros termos do cessar-fogo. Por seu lado, o movimento xiita libanês também acusou Israel de violações ao acordo.
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