O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu uma troca de territórios com a Rússia, se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguir que os dois países se sentem para negociar.
Em entrevista ao The Guardian, Zelensky afirmou que ofereceria à Rússia uma troca direta de territórios, desistindo da terra que Kyiv tem mantido na região russa de Kursk desde o lançamento de uma ofensiva surpresa há cerca de seis meses, num possível contexto de negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos, uma vez que considera que a Europa sozinha não conseguirá garantir a segurança do país.
"Vamos trocar um território por outro", disse o presidente ucraniano, acrescentando que não saberia qual parte da terra ocupada pela Rússia a Ucrânia pediria em troca.
"Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade", salientou Volodymyr Zelensky ao jornal britânico.
Esta terça-feira, recorde-se, o presidente ucraniano anunciou também que "haverá uma visita de pessoas da equipa do Presidente Trump à Ucrânia esta semana, mesmo antes da Conferência de Segurança de Munique".
De lembrar ainda que, durante uma entrevista à Fox News, Donald Trump insistiu que pretende compensar a ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia com os recursos naturais do país europeu, dizendo que exigiu a Kyiv o equivalente a 500 mil milhões de dólares (484 mil milhões de euros, ao câmbio atual) em terras raras, metais usados em particular em eletrónica.
"Vamos ter todo esse dinheiro lá e quero-o de volta", afirmou Trump, acrescentando que "pelo menos, assim não nos sentimos estúpidos".
Note-se também que, durante a campanha eleitoral, o presidente dos Estados Unidos prometeu pôr fim ao conflito no prazo de 24 horas, revendo esta promessa para seis meses após a sua tomada de posse, em 20 de janeiro.
No entanto, a Rússia e a Ucrânia continuam distantes nas suas posições, embora tenham assumido uma inédita postura de diálogo desde que Trump regressou à Casa Branca.
A guerra da Ucrânia e Rússia teve início a 24 de fevereiro de 2022, estando a poucas semanas de completar três anos de conflito.
[Notícia atualizada às 20h15]
Leia Também: "Haverá uma visita de pessoas da equipa de Trump à Ucrânia esta semana"