A situação, lamentou a agência das Nações Unidas, provocou um "retrocesso de décadas" no desenvolvimento dos direitos e da segurança das mulheres.
Segundo a organização, há um claro declínio das oportunidades económicas para as mulheres, a começar pelo facto de mais de 1,8 milhões terem sido forçadas a fugir devido ao conflito, mas também pelo facto de 6,7 milhões precisarem de "ajuda humanitária vital".
Segundo dados da ONU, morreram 3.799 mulheres e 289 raparigas desde o início da guerra, a 24 de fevereiro de 2022, e os números podem aumentar.
"As mulheres estão a enfrentar uma maior exposição à violência de género, desemprego e incapacidade de tomar decisões, bem como limitações de género", afirmou a agência em comunicado hoje divulgado.
Neste sentido, destacou que a violência de género aumentou 36% desde 2022, o que levou também a uma tendência crescente de casos de depressão entre as mulheres e raparigas ucranianas, que "não têm acesso igualitário à economia".
Em 2023, as mulheres representavam 72,5% dos desempregados em todo o país, enquanto no ano passado apenas 48% das mulheres deslocadas estavam empregadas, em comparação com 71% dos homens deslocados.
No entanto, "apesar dos grandes desafios, as mulheres estão a liderar a resistência", sublinha a ONU, referindo o seu papel enquanto trabalhadoras humanitárias e líderes da sociedade civil.
"As mulheres na Ucrânia precisam de apoio agora, mais do que nunca, para exercerem os seus direitos e ganharem a capacidade de tomar decisões para o seu futuro", acrescentou.
"É essencial que os doadores apoiem as organizações lideradas por mulheres para que possam continuar a defender a igualdade", afirmou a representante da ONU Mulheres para a Ucrânia, Sabine Freizer Gunes, citada no comunicado.
A participação das mulheres "é fundamental" para "reconstruir a Ucrânia de forma igualitária e sensível ao género", defendeu a responsável, pedindo, por isso, para ser "aumentado o investimento em projetos de capacitação e igualdade em todas as frentes".
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