Bolsonaro diz-se perseguido pela Justiça e compara Brasil à Venezuela

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse hoje que é perseguido pela Justiça e comparou o Brasil à Venezuela e à Nicarágua, após a Procuradoria-Geral do Brasil o acusar de tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

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Lusa
19/02/2025 19:33 ‧ há 2 dias por Lusa

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"O truque de acusar líderes da oposição democrática de tramar golpes não é algo novo: todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias", afirmou o ex-Presidente em mensagem nas redes sociais.

 

Para Bolsonaro, "é assim na Venezuela, onde Chávez e Maduro acusavam oposicionistas de golpistas. É assim na Nicarágua, em Cuba e na Bolívia. É assim em todo o mundo".

"A cartilha é conhecida: fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder", acrescentou.

Bolsonaro considerou que o mundo observa o que acontece no Brasil e encerrou a sua mensagem afirmando que "a liberdade triunfará mais uma vez".

Até agora, o ex-chefe de Estado só tinha reagido através do seu advogado Paulo Cunha Bueno, numa nota na qual qualificou a denúncia de "inepta", "incoerente" e "fantasiosa".

O ex-Presidente e outras 33 pessoas foram pronunciados pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o património público e deterioração de património numa petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Procurador-Geral da República (PGR) brasileiro, Paulo Gonet Branco.

De acordo com a acusação, Bolsonaro e o general reformado e ex-candidato à vice-presidência Walter Braga Netto seriam os líderes de um alegado grupo criminoso que agiu com aliados civis e militares, tentando impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições de 2022, vencidas pelo atual Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fosse cumprido.

Os arguidos teriam também formulado um plano "em que se admitia até mesmo a morte do Presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] e do vice-presidente [Geraldo Alckmin] da República eleitos", bem como "a morte de juízes do STF", que foi levado ao conhecimento do ex-Presidente "que a ele anuiu", de acordo com o PGR.

O chefe do Ministério Público brasileiro afirmou ainda que os denunciados incentivaram os ataques de 08 de janeiro de 2023, quando milhares de extremistas invadiram e vandalizaram as sedes do Congresso, do STF e o Palácio do Planalto, em Brasília.

"O episódio foi fomentado e facilitado pela organização denunciada, que, assim, por mais essa causa, deve ser responsabilizada por promover atos atentatórios à ordem democrática, com vistas a romper a ordem constitucional, impedir o funcionamento dos Poderes, em rebeldia contra o Estado de Direito Democrático", concluiu Gonet Branco.

O Supremo Tribunal Federal brasileiro informou hoje que já notificou o ex-Presidente e os outros envolvidos no caso, mas ainda deve decidir se aceita ou não as acusações apresentadas pelo PGR brasileiro.

Leia Também: Golpe? Lula diz que Bolsonaro tem direito a "presunção de inocência"

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