A acusação foi feita depois de milícias palestinianas terem entregado os corpos de quatro reféns prisioneiros do Hamas mortos em alegados ataques do Exército israelita, durante a guerra declarada por Israel na Faixa de Gaza em 07 de outubro de 2023 para "erradicar" o movimento extremista, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.
O Hamas realizou hoje uma cerimónia na cidade de Khan Yunis, na qual mostrou os quatro caixões e os entregou à Cruz Vermelha, que colocou um lençol sobre eles e os transportou para veículos para os entregar às autoridades israelitas. É a esta ação do CICV que o Governo de Gaza se refere para acusar o CICV de "dois pesos e duas medidas".
"Enquanto a Cruz Vermelha realiza cerimónias oficiais solenes ao receber os corpos dos prisioneiros israelitas, entrega os corpos dos mártires palestinianos em sacos azuis que são atirados para camiões sem os elementos mais básicos da dignidade humana", afirmou o chefe do gabinete de imprensa do Governo de Gaza, Ismail al-Thawabta, nas redes sociais.
Para o governo da Faixa de Gaza, "esta discriminação flagrante no tratamento reflete dois pesos e duas medidas" e também "expõe a incapacidade internacional para alcançar justiça e equidade".
Após mais de 15 meses de guerra, que fizeram pelo menos 48.208 mortos e mais de 111.000 feridos, as partes em conflito alcançaram em meados de janeiro um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro e previa a troca de 33 reféns israelitas mantidos em cativeiro pelo Hamas por centenas de palestinianos encarcerados em prisões de Israel.
Hoje, decorreu a sétima entrega de reféns que, neste caso, eram quatro cidadãos israelitas presumivelmente mortos em ataques do Exército israelita durante o seu cativeiro.
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