Presidente mexicana anuncia alterações constitucionais para proteger país

A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou hoje alterações na Constituição para proteger o país de intromissões estrangeiras, depois de os Estados Unidos terem declarado como terroristas seis cartéis mexicanos de droga.

Notícia

© Luis Barron/ Pixelnews/Future Publishing via Getty Images

Lusa
20/02/2025 16:15 ‧ ontem por Lusa

Mundo

México

Em causa estão reformas constitucionais contra a "intromissão" externa e para impor a "pena mais severa" aos estrangeiros que intervierem no México, declarou a governante durante a sua conferência de imprensa matinal, recusando ainda qualquer invasão à soberania mexicana.

 

Sheinbaum anunciou igualmente que o Ministério dos Negócios Estrangeiros alargará a sua ação contra os fabricantes e vendedores de armas nos Estados Unidos para os acusar de cumplicidade no terrorismo à luz da classificação de terroristas.

"O que queremos deixar claro face a esta designação é que não negociamos soberania, tal não pode ser uma oportunidade para os Estados Unidos invadirem a nossa soberania", argumentou.

"Podem chamar-lhes o que quiserem, mas com o México estamos a falar de coordenação, não de subordinação, não de ingerência e muito menos de invasão", insistiu Claudia Sheinbaum, ao referir-se à classificação como terroristas dos cartéis de Sinaloa, Jalisco Nueva Generación (CJNG), Golfo, Nordeste, Nueva Familia Michoacana e Cartéis Unidos, anunciada na quarta-feira pela administração norte-americana liderada pelo republicano Donald Trump.

E frisou: "Os dois países querem combater os grupos de crime organizado que praticam atos ilegais em ambos os países e estamos a trabalhar muito bem em coordenação, mas temos de garantir que é em colaboração e coordenação, sem nunca violar a soberania do México".

A alteração ao artigo 40.º da Constituição estabelece, segundo um documento citado pelas agências internacionais, que "o povo do México não aceitará, em caso algum, intervenções, ingerências ou qualquer outro ato estrangeiro que prejudique a integridade, a independência e a soberania da nação".

Ficam incluídos "golpes de Estado, ingerência em eleições ou a violação do território mexicano, seja por terra, água, mar ou espaço aéreo".

"Também não consentirá a intervenção em qualquer investigação ou ação judicial sem a autorização expressa e a colaboração do Estado mexicano, no âmbito das leis aplicáveis", de acordo com o mesmo documento.

Por outro lado, o artigo 19.º adverte que "qualquer estrangeiro que exerça atividades à margem da lei", ligadas a possíveis ações de ingerência, "será sujeito à punição mais severa possível, bem como à prisão preventiva não oficial".

Na quarta-feira foi divulgado que a administração Trump iria designar formalmente oito organizações criminosas latino-americanas como "organizações terroristas estrangeiras", aumentando a pressão sobre os cartéis que operam nos Estados Unidos.

A medida, que confirma uma ordem executiva assinada a 20 de janeiro pelo Presidente Donald Trump, nomeia oficialmente o Tren de Aragua na Venezuela, o MS-13 em El Salvador e seis grupos baseados no México de organizações terroristas.

O rótulo de "organização terrorista estrangeira" é invulgar porque emprega uma designação terrorista normalmente reservada a grupos como a Al-Qaida ou o grupo Estado Islâmico, que usam a violência para fins políticos - e não a redes criminosas centradas no dinheiro, como os cartéis latino-americanos.

A administração Trump argumenta que as ligações internacionais e as operações dos grupos - incluindo o tráfico de droga, o contrabando de migrantes e os esforços violentos para alargar o seu território - justificam a designação.

Os críticos da medida consideram-na desnecessariamente ampla e severa, podendo prejudicar as relações e paralisar o comércio com a América Latina. 

Leia Também: EUA estão a usar drones para monitorizar cartéis de droga no México

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas