"Quando ouvi isso, primeiro disse a mim mesma que ele deve ter misturado os dois, porque está claro que Putin é o ditador", disse Kaja Kallas durante uma conferência de imprensa na África do Sul, onde está a decorrer uma reunião do G20.
Voltando às críticas do Presidente dos EUA, que censurou a ausência de eleições na Ucrânia desde a invasão lançada pela Rússia, a responsável considerou que "não é possível organizar eleições durante uma guerra".
"Há pessoas deslocadas", lembrou.
A vice-presidente da Comissão Europeia apelou à população para "manter a cabeça fria", apontando que "há um mês que acordamos com novas declarações, temos de nos habituar".
Segundo a diplomata, é "prematuro falar em envio de tropas" para território ucraniano "porque não há cessar-fogo nem paz".
De acordo com a imprensa britânica, Londres e Paris estão a trabalhar na criação de uma força europeia em caso de cessar-fogo, que seria composta por "menos de 30 mil soldados", informação que foi parcialmente confirmada quinta-feira em Paris.
Uma fonte francesa próxima das discussões, que pediu anonimato, indicou à AFP que há discussões e reflexões sobre o assunto para um projeto que inclui vários países europeus.
"Vamos entender que tipo de sinal estamos a enviar se entregarmos tudo de bandeja ao agressor", disse Kaja Kallas.
"O que entendemos pelas interações que tiveram com os americanos é que não desistiram dos seus objetivos", disse ela. "Eles querem o máximo. E mais, querem voltar ao cenário internacional, como se nada tivesse acontecido".
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