Num comunicado, a Presidência argentina expressou a sua "mais enérgica condenação" ao Hamas, "após a confirmação do assassínio das crianças da família israelo-argentina Bibas" e anunciou a decisão do Presidente do país, Javier Milei, de decretar dois dias de luto nacional em memória de Ariel e Kfir Bibas.
A família Bibas foi sequestrada do 'kibutz' (comunidade) Nir Oz durante o ataque de 07 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 outras foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Shiri, a mãe das crianças, cujo marido era argentino, tinha 32 anos quando foi sequestrada com os seus dois filhos: Ariel, que tinha quatro anos na altura, e Kfir, que tinha nove meses.
"É monstruoso que estes acontecimentos ocorram neste século e que a sua morte corresponda a uma única motivação: serem judeus", declarou a Presidência argentina.
Yardén Bibas, o pai das crianças, também foi sequestrado nesse dia, passou o cativeiro isolado da mulher e dos filhos e foi libertado a 01 de fevereiro, no âmbito do acordo de cessar-fogo e de troca de reféns por prisioneiros, entrado em vigor a 19 de janeiro.
No comunicado, Milei expressou, "em nome do povo argentino, as suas condolências à família, especialmente a Yardén Bibas, pai das crianças, que depois de sofrer o tormento de ser mantido refém durante 484 dias, enfrenta hoje o seu pior pesadelo".
Na quinta-feira, o Hamas entregou quatro cadáveres à Cruz Vermelha Internacional, que os transportou para um instituto forense em Israel para identificação.
Dos quatro corpos recebidos, o instituto forense conseguiu identificar os de Oded Lifshitz, sequestrado aos 83 anos, a 07 de outubro de 2023, e os de Ariel e Kfir Bibas.
Embora se esperasse que o quarto cadáver fosse o da mãe das crianças, os peritos forenses determinaram que os restos mortais não correspondiam a Shiri Bibas ou a qualquer outro refém.
Sobre a mãe da família Bibas, o Hamas prometeu investigar o que aconteceu ao seu corpo, embora tenha dito que é possível que os seus restos mortais tenham sido misturados com os dos habitantes da Faixa de Gaza que estavam com ela quando foi morta, alegadamente por um bombardeamento do Exército israelita.
"Pedimos a devolução do corpo que a ocupação [israelita] afirma pertencer a uma mulher palestiniana que morreu durante um bombardeamento sionista", afirmou o Hamas num comunicado.
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