"A China lamenta e opõe-se a esta decisão e fará tudo o que considerar necessário para defender os seus interesses legítimos", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.
Lin disse que as taxas unilaterais prejudicam tanto a Organização Mundial do Comércio como as relações comerciais internacionais e insistiu que "não há vencedores nas guerras comerciais".
Considerando o fentanil "um problema interno dos Estados Unidos", o porta-voz da diplomacia chinesa disse que Washington está a utilizar a sua crise de opioides para "pressionar e coagir" a China, apesar de o país asiático ser "um dos mais duros" na luta contra a droga.
O diplomata sublinhou ainda que Pequim tem apoiado os EUA na sua resposta ao problema do fentanil, uma cooperação transnacional com resultados que descreveu como "muito notáveis".
O diplomata instou Washington a voltar a abordar os problemas "através do diálogo e numa base de igualdade" e reiterou que a China está disposta a continuar a cooperar com os EUA para alcançar uma relação "sólida, estável e saudável".
A condenação do Ministério dos Negócios Estrangeiros segue-se à do Ministério do Comércio, que afirmou horas antes que a China tomará "todas as contramedidas necessárias" para "defender os seus direitos e interesses legítimos".
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na quinta-feira que o seu país iria impor uma taxa adicional de 10% à China, a juntar-se a outra taxa no mesmo valor anunciada anteriormente, com o argumento de que o país asiático não fez esforços suficientes para combater a entrada de fentanil nos EUA.
Trump fez depender as taxas de "progressos" na luta contra o tráfico de fentanil, anunciando também taxas de 25% sobre bens oriundos do México e do Canadá. "As drogas estão a vir do México e muitas delas estão a vir da China; não todas, mas muitas delas estão a vir da China", disse.
Pequim respondeu no mês passado à primeira ronda de taxas de Trump com uma taxa de 10-15% sobre certos produtos dos EUA, bem como novos controlos de exportação de minerais essenciais e uma investigação antimonopólio sobre o gigante tecnológico norte-americano Google.
A China também protestou contra as taxas de importação de 25% aplicadas pelos EUA ao aço e ao alumínio, uma vez que exporta estes materiais para outros países, como o Canadá e o México, que, por sua vez, os vendem aos EUA.
Na sua primeira presidência (2017-2021), Trump teve uma relação tensa com Pequim ao impor várias rondas de taxas sobre centenas de milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China.
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