"Para mim, o senhor Georgescu é uma mudança", disse à agência noticiosa francesa AFP Elena Aurelia Ponomarenco, uma reformada de 77 anos, referindo-se ao candidato suspeito de falsas declarações sobre o financiamento da sua campanha.
"Há quem diga que é corrupto, que é pró-Rússia, mas tenho a certeza de que faria as coisas bem" se estivesse no poder, acredita, expressando a sua rejeição ao líder social-democrata do Governo, Marcel Ciolacu.
Manifestantes de todo o país concentraram-se no centro de Bucareste, transportando grandes bandeiras com as cores nacionais - azul, amarelo e vermelho -, e gritando "Abaixo o Governo! Acordem!". Os manifestantes consideram que a eleição lhes foi roubada após o cancelamento da primeira volta em dezembro passado, da qual o Georgescu saiu vitorioso.
"Foi a União Europeia que nos destruiu, não os russos", disse Florin Anton, de 55 anos, sobre a pobreza no país, ostentando o seu chapéu cinzento adornado com um alfinete no qual se lê "Devolvam-nos a segunda volta".
Nechifor Ciprian, de 18 anos, considera que a Roménia "hoje assemelha-se a uma ditadura".
Na passada quarta-feira, Calin Georgescu, de 62 anos, foi acusado de fazer declarações falsas entre outras acusações, gerando indignação entre os seus apoiantes.
Foram também realizadas buscas, várias pessoas foram detidas ou colocadas em prisão domiciliária.
Na passada sexta-feira, a polícia emitiu um mandado de detenção para um ex-mercenário franco-romeno, Horatiu Potra, suspeito de perturbar a ordem pública e violar a lei sobre armas.
Horatiu Potra já tinha sido detido após o cancelamento da eleição presidencial enquanto viajava para Bucareste com armas que poderiam ter sido utilizadas para realizar tentativas de desestabilização.
Segundo os meios de comunicação social romenos, este ex-legionário garantiu a segurança de Calin Georgescu.
Até então pouco conhecido, Georgescu causou surpresa na primeira volta das eleições presidenciais de 24 de novembro.
Numa atitude rara na União Europeia (UE), o Tribunal Constitucional anulou a eleição após alegações de interferência russa.
Georgescu é suspeito de ter beneficiado de uma campanha de apoio ilícito na plataforma TikTok.
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