Macron espera "financiamento maciço" da UE para defesa da Ucrânia

O Presidente de França, Emmanuel Macron, espera que os países da União Europeia (UE) avancem rapidamente para um "financiamento maciço e conjunto" numa defesa comum, com "centenas de milhares de milhões de euros", afirmou a jornais franceses.

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© BENOIT TESSIER/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
01/03/2025 22:49 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Vamos dar à Comissão Europeia um mandato para definir as necessidades em termos de capacidades para a construção de uma defesa comum", porque "precisamos de mobilizar um financiamento conjunto de centenas de milhares de milhões de euros, e devemos fazê-lo rapidamente", disse Macron.

 

Para conseguir uma defesa europeia autónoma da NATO, "serão necessários cinco anos, dez anos", avisou o presidente francês, em entrevistas concedidas ao Le Parisien, La Tribune Dimanche, Le Journal du Dimanche (JDD) e Ouest-France.

"Creio que hoje é o momento de um despertar estratégico, porque em todos os países há confusão e incerteza quanto ao apoio americano a longo prazo", acrescentou o Chefe de Estado francês.

Os 27 países da UE deverão voltar a reunir-se em Bruxelas na quinta-feira para uma cimeira especial sobre a Ucrânia e as questões de segurança europeias.

Há anos que a França defende a construção de um sistema de defesa europeu autónomo da NATO e dos Estados Unidos, e Emmanuel Macron considera que o regresso de Donald Trump à Casa Branca, que aumenta o risco de um afastamento americano da Europa, oferece a perspetiva de progressos neste domínio, na Europa.

A preocupação em muitos países da UE sobre a segurança futura da Europa aumentou na sexta-feira, depois do confronto verbal entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca.

Volodymyr Zelensky é um dos cerca de quinze líderes europeus que vão reunir-se em Londres no domingo, a convite do primeiro-ministro britânico Keir Starmer.

Macron disse nas entrevistas em França que tem estado a falar por telefone com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, que recebeu o presidente ucraniano hoje em Londres, bem como com o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e com o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte.

O objetivo destes telefonemas é preparar a cimeira que reunirá cerca de 15 líderes europeus em Londres, no domingo, para reafirmar o seu apoio a Kyiv, bem como a cimeira extraordinária da União Europeia sobre defesa, a 06 de março.

Emmanuel Macron "não exclui" a possibilidade de voltar a falar com o Presidente russo Vladimir Putin, mas "apenas no momento certo, quando as coisas estiverem estabilizadas", disse ainda aos periódicos franceses.

Macron advertiu que se os Estados Unidos concluíssem um acordo com a Rússia "sem que os europeus estivessem à mesa, e se se tratasse de uma questão de segurança, seria uma rutura no seio da Aliança".

"Somos a favor da paz", insistiu, mas 'não de uma capitulação que tenha como pano de fundo a derrota ou o abandono dos ucranianos'.

O confronto entre Zelensky e Trump levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais, o que suscitou receios de um afastamento dos Estados Unidos da América na Ucrânia e de uma rutura com os seus aliados europeus.

Leia Também: Starmer vai pedir unidade no apoio à Ucrânia para alcançar "paz"

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