JD Vance acusado de "apagar" sacrifícios de soldados britânicos

O norte-americano está a ser acusado de insultar os soldados britânicos que morreram no Iraque e no Afeganistão, ao lado dos Estados Unidos.

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© Brian Snyder/Reuters

Notícias ao Minuto
04/03/2025 19:59 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto

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Estados Unidos

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, está a ser acusado de "apagar da história" e insultar os sacrifícios dos soldados britânicos que morreram no Iraque e no Afeganistão, a combater ao lado dos norte-americanos, com as declarações que fez sobre os países europeus que oferecem ajuda à Ucrânia, considerando-os sem "experiência".

 

JD Vance referiu-se, com desdém, à proposta de manutenção de paz sugerida pelos líderes europeus, considerando-os como "20 mil soldados de um país qualquer que não combate uma guerra há 30 ou 40 anos".

França e o Reino Unido são, para já, os únicos dois países que se comprometeram a colocar soldados no terreno, na Ucrânia, para ajudar a evitar uma ameaça da Rússia.

No Reino Unido, as declarações de Vance não foram bem recebidas, com os críticos a apontar que os "30 ou 40 anos" a que o norte-americano se refere abrangem o período em que as forças britânicas lutaram ao lado dos aliados norte-americanos no Médio Oriente.

"JD Vance está a apagar da história centenas de soldados britânicos que deram as suas vidas no Iraque e no Afeganistão. Vi, em primeira mão, como os soldados americanos e britânicos lutaram corajosamente lado a lado. Seis do meu próprio regimento, a Polícia Militar Real, não regressaram a casa do Iraque. Esta é uma tentativa sinistra de negar essa realidade", afirmou ao jornal Metro britânico Helen Maguire, deputada liberal democrata no Reino Unido e ex-capitã da Polícia Militar Real, que serviu no Iraque.

Já o antigo ministro da Defesa britânico Johnny Mercer descreveu Vance como um "palhaço".

"Como ele próprio admite, passou o seu tempo nos Marines a 'escrever artigos e a tirar fotografias'. Talvez se ele tivesse sujado as mãos ao serviço do seu país, como muitos dos seus colegas veteranos americanos e britânicos, perseguindo as ideias loucas de política externa do seu próprio país, talvez não fosse tão rápido a desprezar o seu sacrifício", defendeu Johnny Mercer.

Em resposta às críticas, JD Vance salientou que não se estava a referir à França ou ao Reino Unido, os dois únicos países que se ofereceram publicamente para ajudar Kyiv, aponta a Efe, uma vez que "ambos lutaram valentemente ao lado dos Estados Unidos nos últimos vinte anos ou mais".

Numa entrevista à Fox News, o vice-presidente dos Estados Unidos defendeu que muitos dos países europeus que se estão a oferecer para enviar tropas para a Ucrânia "não têm experiência", "nem equipamento" para isso.

Leia Também: Países europeus que ofereceram ajuda à Ucrânia "não têm experiência"

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