Taiwan no primeiro grupo para negociar com EUA sobre tarifas

Taiwan faz parte do primeiro grupo de negociações aduaneiras com os Estados Unidos, numa altura em que Taipé procura proteger os exportadores de uma taxa de 32%, anunciou hoje o Presidente da ilha, Lai Ching-te.

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© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images

Lusa
11/04/2025 11:44 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Tarifas

"Queremos que todos saibam que Taiwan está na primeira lista de negociações do Governo dos Estados Unidos", disse Lai a representantes da indústria de máquinas em Taichung (centro-oeste), sem fornecer mais pormenores.

 

Lai afirmou que Taiwan recebeu uma reação positiva às contramedidas e aos planos que enviou a Washington.

"O Governo estará bem preparado para negociar com os Estados Unidos para garantir os nossos interesses nacionais e proteger o desenvolvimento futuro da indústria", disse, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Taiwan está atualmente sujeito a taxas aduaneiros de 10% e os negociadores esforçar-se-ão por chegar a um acordo com Washington de modo a que os direitos aduaneiros sejam nulos, afirmou Lai.

Os negociadores de Taiwan vão igualmente discutir a promoção dos contratos públicos, o investimento nos Estados Unidos e a eliminação das barreiras não aduaneiras e de outros obstáculos ao comércio.

Lai disse também que Taiwan também precisa de combater o "branqueamento de origem", em que as empresas deturpam o local de fabrico dos produtos para evitar sanções comerciais.

Apelou à união entre os setores público e privado, bem como entre o Governo e a oposição, referindo que Taiwan poderá ultrapassar o desafio e "transformar a crise em oportunidades" através de esforços coletivos.

Ainda não é claro quando é que as conversações serão realizadas e quem estará efetivamente envolvido, segundo a agência local Central News Agency (CNA).

O presidente da Associação da Indústria de Maquinaria de Taiwan, David Chuang, manifestou a preocupação de que a tarifa de 32% terá um impacto direto nas exportações de máquinas para os Estados Unidos e prejudicará a competitividade global da ilha.

A associação apelou na quinta-feira ao Governo para negociar com Washington uma taxa tarifária mais baixa para os produtos taiwaneses, em especial uma taxa inferior à dos principais concorrentes da ilha, o Japão e a Coreia do Sul.

A associação, que representa mais de 2.700 empresas associadas em Taiwan, também pediu "empréstimos sem juros" para as empresas de maquinaria que já começaram a sentir o impacto das tarifas.

No início da semana, o Presidente norte-americano, Donald Trump, adiou por três meses a aplicação de tarifas punitivas a vários parceiros comerciais, incluindo Taiwan, depois de terem sido perdidos biliões de dólares nos mercados globais.

Trump manteve tarifas globais de 10% sobre a maioria dos países, mas suspendeu os planos de taxas mais elevadas sobre outros, com exceção da China.

O excedente comercial de Taiwan com os Estados Unidos é o sétimo mais elevado de todos os países, atingindo 73,9 mil milhões de dólares (64,8 mil milhões de euros, ao câmbio atual) em 2024.

Cerca de 60% das exportações de Taiwan para os Estados Unidos são produtos de tecnologia da informação e comunicação, incluindo semicondutores.

Os 'chips' foram excluídos das novas tarifas impostas por Trump.

Muitos taiwaneses ficaram surpreendidos com as tarifas.

O plano do gigante Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) de investir 100 mil milhões de dólares (87,7 mil milhões de euros) nos Estados Unidos tinha suscitado esperanças de que a ilha fosse poupada.

Leia Também: Tarifas. Taiwan espera que trégua dos EUA dê mais espaço para negociar

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