"Queremos que todos saibam que Taiwan está na primeira lista de negociações do Governo dos Estados Unidos", disse Lai a representantes da indústria de máquinas em Taichung (centro-oeste), sem fornecer mais pormenores.
Lai afirmou que Taiwan recebeu uma reação positiva às contramedidas e aos planos que enviou a Washington.
"O Governo estará bem preparado para negociar com os Estados Unidos para garantir os nossos interesses nacionais e proteger o desenvolvimento futuro da indústria", disse, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Taiwan está atualmente sujeito a taxas aduaneiros de 10% e os negociadores esforçar-se-ão por chegar a um acordo com Washington de modo a que os direitos aduaneiros sejam nulos, afirmou Lai.
Os negociadores de Taiwan vão igualmente discutir a promoção dos contratos públicos, o investimento nos Estados Unidos e a eliminação das barreiras não aduaneiras e de outros obstáculos ao comércio.
Lai disse também que Taiwan também precisa de combater o "branqueamento de origem", em que as empresas deturpam o local de fabrico dos produtos para evitar sanções comerciais.
Apelou à união entre os setores público e privado, bem como entre o Governo e a oposição, referindo que Taiwan poderá ultrapassar o desafio e "transformar a crise em oportunidades" através de esforços coletivos.
Ainda não é claro quando é que as conversações serão realizadas e quem estará efetivamente envolvido, segundo a agência local Central News Agency (CNA).
O presidente da Associação da Indústria de Maquinaria de Taiwan, David Chuang, manifestou a preocupação de que a tarifa de 32% terá um impacto direto nas exportações de máquinas para os Estados Unidos e prejudicará a competitividade global da ilha.
A associação apelou na quinta-feira ao Governo para negociar com Washington uma taxa tarifária mais baixa para os produtos taiwaneses, em especial uma taxa inferior à dos principais concorrentes da ilha, o Japão e a Coreia do Sul.
A associação, que representa mais de 2.700 empresas associadas em Taiwan, também pediu "empréstimos sem juros" para as empresas de maquinaria que já começaram a sentir o impacto das tarifas.
No início da semana, o Presidente norte-americano, Donald Trump, adiou por três meses a aplicação de tarifas punitivas a vários parceiros comerciais, incluindo Taiwan, depois de terem sido perdidos biliões de dólares nos mercados globais.
Trump manteve tarifas globais de 10% sobre a maioria dos países, mas suspendeu os planos de taxas mais elevadas sobre outros, com exceção da China.
O excedente comercial de Taiwan com os Estados Unidos é o sétimo mais elevado de todos os países, atingindo 73,9 mil milhões de dólares (64,8 mil milhões de euros, ao câmbio atual) em 2024.
Cerca de 60% das exportações de Taiwan para os Estados Unidos são produtos de tecnologia da informação e comunicação, incluindo semicondutores.
Os 'chips' foram excluídos das novas tarifas impostas por Trump.
Muitos taiwaneses ficaram surpreendidos com as tarifas.
O plano do gigante Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) de investir 100 mil milhões de dólares (87,7 mil milhões de euros) nos Estados Unidos tinha suscitado esperanças de que a ilha fosse poupada.
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