A operação "Daylight" ("Luz do Dia") iniciou-se após a receção de informações procedentes da Suíça relativas à existência de uma grande rede de difusão de imagens de abusos sexuais de crianças, disse a porta-voz da Europol, Claire Georges, citada pela agência de notícias francesa AFP.
"A investigação durou mais de um ano", acrescentou, sublinhando que "processos com informações" identificando os suspeitos ou os endereços dos seus servidores foram depois enviados para 26 países da União Europeia e também para a Noruega e a Suíça.
Num comunicado à parte, a polícia italiana indicou que as pessoas detidas eram "desconhecidas dos serviços de polícia" e estavam "acima de qualquer suspeita".
Essas pessoas, na maioria com mais de 50 anos, "contribuíam secretamente, entre as quatro paredes de suas casas, para alimentar a abjeta rede de trocas, com a máxima atenção para obter sempre o material mais inédito".
Grande parte dos suspeitos utilizava a rede TOR, uma plataforma que garante o anonimato na Internet, precisou a Europol.
As redes digitais de pornografia infantil "continuam a ser uma fonte essencial para aqueles que têm interesse sexual por crianças e procuram imagens", referiu a Europol em comunicado enviado da sua sede, em Haia.
Segundo a porta-voz, há vítimas de diversas faixas etárias, mas os abusos sexuais de bebés com menos de 18 meses são cada vez mais frequentes.
A investigação está ainda em curso e são esperadas mais detenções em todo o continente europeu.
A Europol alertou no ano passado para o facto de estes criminosos utilizarem cada vez mais plataformas tradicionais, como o Skype, e a moeda virtual 'bitcoin', o que torna mais difícil seguir-lhes o rasto do que se utilizassem cartões de crédito.
Em 2014, investigadores identificaram pela primeira vez um 'site' que vendia pornografia infantil com pagamento exclusivo em 'bitcoins', moeda virtual lançada em 2009 cujo sistema de pagamento é anónimo.
Na maior investigação coordenada pela Europol sobre este tipo de crime, foram detidas 184 pessoas em 2011 e 670 suspeitos foram identificados em todo o continente europeu.