Candidatas com apelidos portugueses em duelo na segunda volta

Na 3ª circunscrição de Essonne, nos arredores de Paris, os eleitores vão ser confrontados com dois apelidos portugueses na segunda volta das legislativas francesas, face ao apuramento de Laëtitia Romeiro Dias e Virginie Araújo.

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Lusa
11/06/2017 23:41 ‧ 11/06/2017 por Lusa

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Eleições França

Laëtitia Romeiro Dias, candidata do movimento A República em Marcha!, do presidente Emmanuel Macron, venceu a primeira volta das eleições legislativas com 35% dos votos, enquanto Virginie Araújo, candidata de A França Insubmissa, da esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon, conquistou 13,74%.

Ainda que ambas tenham apelidos portugueses, apenas Virginie, de 32 anos, tem raízes familiares lusas, ao passo que Laëtitia, de 36 anos, adotou o apelido do marido português e familiarizou-se com as férias habituais em Fátima e Charneca da Caparica.

Quando questionadas pela Lusa sobre como é que um eleitor franco-português deverá decidir face a uma segunda volta com duas cabeças-de-cartaz lusófonas, ambas são unânimes em responder que o voto deve depender dos seus programas e não dos seus apelidos.

"As pessoas devem escolher em função do projeto para o futuro. O que vemos neste resultado da primeira volta é que os franceses confirmaram a vontade de ver o projeto de Emmanuel Macron na segunda volta, confirmaram a escolha feita nas presidenciais e a escolha de renovação e de unidade forte", afirmou Laëtitia Romeiro Dias.

Virginie Araújo argumentou que não vai "basear a campanha no facto de ser portuguesa pelo pai" ainda que os emigrantes portugueses possam ficar "sensibilizados com o programa de A França Insubmissa porque não esqueceram a política de austeridade".

"O nosso projeto, a nossa oposição à política de Macron em matéria de restrição de liberdades ou da lei do trabalho, assim como as minhas convicções inspiradas na história familiar, são fatores importantes na campanha", comentou a lusodescendente que construiu o seu "pensamento político de esquerda desde criança", graças a uma mãe sindicalista e a um pai emigrante português.

A fisioterapeuta não se deixa impressionar pela vaga de candidatos apoiados por Emmanuel Macron que lideraram a primeira volta das legislativas e fala em "duelo" até ao próximo domingo.

"Houve 50% de abstenção, foi enorme. Apesar disso, conseguimos passar à segunda volta. Agora, temos que mobilizar os eleitores que votaram na França Insubmissa nas presidenciais e fazer com que as pessoas consigam ver em nós uma forma de resistência face a este governo", acrescentou, avançando que vai estender a mão às forças de esquerda na sua circunscrição.

Tanto Virginie Araújo como Laëtitia Romeiro Dias estão a dar os primeiros passos na política, sendo oriundas da sociedade civil e não tendo tido qualquer mandato local.

"Nunca me tinha candidatado a uma eleição. Entrei no movimento de Emmanuel Macron há um ano porque os partidos tradicionais eram demasiado ideológicos e nada ancorados no real. Ele ultrapassava a clivagem esquerda-direita, tinha um programa ancorado no real e decidi que era tempo de me lançar", recordou Laëtitia Romeiro Dias.

A jurista mostrou-se "contente, mas prudente" porque "há que continuar a convencer os eleitores" até à segunda volta, no próximo domingo, 18 de junho.

 

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