“Adoro-o”. Depois de Emmanuel Macron ter terminado uma primeira ronda de declarações numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump fez questão de demonstrar a simpatia que nutre pelo presidente francês.
Demonstrações de afeto à parte, Macron e Trump falaram, praticamente, a uma só voz sobre a importância de conter a influência do Irão no Médio Oriente, em particular na Síria.
Ao lado de Macron, Trump voltou a deixar uma ameaça: se o Irão ameaçar os Estados Unidos, vai arrepender-se.
“Se o Irão nos ameaçar seja de que forma for, irá pagar um preço como poucos países pagaram até agora”, disse Trump.
Macron não parece discordar de Trump quando este diz que “as impressões digitais do Irão estão em todos os problemas do Médio Oriente”, mas foi mais contido. Disse que a França está empenhada num novo acordo nuclear com o Irão, e que é melhor ter um acordo a não ter nenhum. Por isso, considera que as conversações com Trump, nestes três dias de visita, vão permitir que França e Estados Unidos consigam chegar a uma posição conjunta nesta matéria.
O acordo nuclear com Teerão era o tema quente da visita de estado de Macron aos Estados Unidos. Em 2015, fez-se história quando o então presidente Barack Obama, ao lado dos seus parceiros europeus, conseguiu chegar a acordo com o Irão para conter o desenvolvimento do programa nuclear de Teerão, em troca do levantamento de sanções.
No entanto, uma das bandeiras que levou Trump à Casa Branca foi a ideia de que o acordo não faz qualquer sentido e que o Irão, ao lado da Coreia do Norte, são os alvos da nova administração norte-americana.
Com as negociações com Pyongyang a evoluírem de forma substantiva – Trump apelidou mesmo, esta terça-feira, o outrora ‘little rocket man’, Kim Jong-un, é agora um líder “muito responsável” -, Teerão é o principal problema para Washington.
Em janeiro, recorde-se, Trump renovou o acordo nuclear mas deu a entender que não o voltaria a fazer Por esse motivo, a expectativa em torno do próximo dia 12 de maio, data em que se fica a saber se o acordo é ou não prolongado, é bastante elevada e a visita de Macron, defensor acérrimo do mesmo, não terá sido por acaso.