O juiz Ivo Rosa garantiu que o sorteio, efetuado a 28 de setembro de 2018, que determinou que fosse ele a dirigir a fase de instrução do processo, foi realizado "por meios eletrónicos que garantiram total aleatoriedade" e que não houve erros no sistema, apenas várias tentativas de introduzir o processo no módulo da distribuição, devido às enormes dimensões do mesmo.
Sobre os quatro erros detetados no sistema no dia do sorteio, o magistrado explicou que foram apenas tentativas e se deveram às dificuldades em transferir o processo Operação Marquês para o modulo de distribuição.
"As quatro tentativas deveram-se às dificuldades em transferir o processo, que tem grandes dimensões, para o módulo de distribuição. Não existiram várias tentativas de distribuição de processo. Este [sorteio] foi feito de forma imediata", afirmou o juiz de instrução.
A diligência de hoje, que inicialmente seria para dar início ao debate instrutório, começou com o esclarecimento do juiz sobre o sorteio, seguindo-se mais um interrogatório do antigo primeiro-ministro José Sócrates, arguido e acusado de vários crimes económico-financeiros.
Depois de o primeiro-ministro ter sido interrogado em cinco tardes na fase de instrução, o juiz tinha mais perguntas para fazer ao antigo chefe do Governo, concretamente sobre a concessão do TGV ao consórcio Elos, se passou férias no Algarve na Páscoa de 2006 com o seu primo e também arguido José Paulo Pinto de Sousa, as viagens governamentais feitas à Argélia, Angola e Venezuela e ainda o caso Freeport.
O ex-primeiro-ministro esteve cerca de duas horas a responder ao magistrado, algumas vezes num tom mais ríspido, e depois a cinco questões do procurador do Ministério Público Rosário Teixeira, com quem se chegou a exaltar.
"É preciso ser mesquinho", afirmou Sócrates após uma pergunta de Rosário Teixeira.