Lisboa. Coletividades contra realização de arraiais nos Santos Populares
O presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa (ACCL), Pedro Franco, manifestou-se hoje contra a realização de arrais na capital durante os Santos Populares, considerando que não se pode comparar com os últimos acontecimentos no Porto.
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País Covid-19
"Acho muito bem que não se faça. Se, por acaso, a Câmara fizesse festas em Lisboa, eu era o primeiro logo a atacar Câmara de Lisboa", salientou, em declarações à agência Lusa, durante a tarde de hoje.
De acordo com Pedro Franco, este ano, como ocorreu em 2020, não deverá haver arraiais, porque demoram "algum tempo" a ser preparados.
"Estamos hoje praticamente no fim do mês de maio, vamos entrar já amanhã [terça-feira] em junho, as festas de Lisboa começariam a partir já de amanhã, 01 de junho, o mês todo até ao dia 30. Estas coisas levam algum tempo a preparar. Até à data, as coletividades não têm qualquer informação sobre essa matéria", indicou.
Para o presidente da ACCL, não se pode "equiparar as coisas" e as pessoas devem ser ainda mais alertadas para a pandemia da covid-19, porque a doença "não é para brincadeiras".
"Não podemos dizer: olha fizeram aquilo no Porto, temos de fazer [eventos] em Lisboa, porque o Porto fez. [...] As pessoas podem reclamar, podem fazer o que quiserem, agora uma coisa é certa, as pessoas têm de ter em conta que isto não é para brincar, que isto não é uma brincadeira, isto é uma pandemia a nível mundial, não só em Portugal. Temos de ter o máximo de cuidado, porque isto mata", observou.
Convencido que não vai haver arraiais e que o município "poderá tomar uma boa medida", Pedro Franco reconheceu que os ajuntamentos de adeptos ingleses, no Porto, devido à final da Liga dos Campeões de futebol, correram mal, assinalando que Lisboa não pode fazer o mesmo.
"Nós representamos muitas coletividades a nível nacional. Em Lisboa são quase 400 e a nível nacional mais de 30 mil que trabalham para as populações localmente a troco de nada e se alguém quer que as coisas andem rapidamente e vá tudo ao lugar, somos nós todos das coletividades, mas nós temos de ver a situação [pandémica]", sublinhou.
Relativamente aos festejos do São João, no Porto, o presidente da Câmara Municipal já fez saber que vão ocorrer e que vão ser criadas três zonas de diversões, mas sem concertos na avenida e fogo de artifício, devido à covid-19.
"São João haverá sempre. Na noite de 23 para 24 [de junho] é São João no Porto. Aquilo que a câmara permitiu, com o parecer das autoridades de saúde, foram três zonas de diversões, onde as pessoas podem ir em condições consideradas de total segurança por parte da Direção Geral [da Saúde]", explicou Rui Moreira aos jornalistas, no fim da reunião pública do executivo camarário.
O autarca assume que estas medidas adotadas para os festejos do São João na cidade são importantes para setores que estão parados há meses, mas também para as famílias.
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