A Ordem dos Médicos alertou que a falta de especialistas pode levar ao encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital de Setúbal.
A falta de médicos neste serviço é uma situação que decorre há vários anos, mas voltou a piorar quando a proibição dos profissionais de saúde saírem do Serviço Nacional de Saúde (SNS), devido à pandemia, foi levantada recentemente.
Neste momento, o serviço conta com 11 obstetras, menos de metade do que é preciso para o bom funcionamento do serviço, considerando que deveria haver 24 destes profissionais.
"Desses 11, oito têm mais de 55 anos e estão à espera, neste momento, da reforma, havendo três ou quatro que podem mesmo reformar-se este ano", alertou Alexandre Valentim Lourenço, presidente do conselho regional Sul da Ordem dos Médicos, em declarações hoje à SIC Notícias.
O responsável sublinhou que a falta de especialistas preocupa e garantiu que a Ordem dos Médicos já alertou para o risco do encerramento do serviço.
"Todos os anos têm-se formado especialistas em Setúbal, mas não estão lá, estão no Garcia da Orta, na medicina privada ou noutro sítio qualquer, porque o hospital não consegue garantir a sua contratação", criticou Alexandre Valentim Lourenço.
Contactado também pelo canal, o hospital afirmou que a urgência está assegurada nos próximos dias.
Importa recordar que, na passada quarta-feira, a urgência de obstetrícia do esteve fechada durante 24 horas, com as grávidas a serem encaminhadas para outros hospitais da região.
Entretanto, dois dias após o encerramento do serviço, o diretor da urgência de obstetrícia, Pinto de Almeida, acabou por demitir-se do cargo devido à falta de profissionais.
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