O grupo de 41 cidadãos, composto por 16 portugueses e familiares, que pediram ajuda para regressar a Portugal, já aterrou no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa, a bordo de um avião C-130 operado pela Força Aérea Portuguesa.
Em declarações aos jornalistas, no local, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, destacou que é uma "situação de alta sensibilidade para todos" e também um "momento muito difícil" para estas pessoas, que "deixaram as suas casas numa altura de guerra", sem saber "o que vai acontecer a seguir".
O governante adiantou ainda que "não está prevista mais nenhuma operação", uma vez que outros cidadãos portugueses que se encontram ainda naquele país do Médio Oriente manifestaram o desejo de permanecerem.
"Não está prevista mais nenhuma operação, dado que nós estamos em contacto com todos os cidadãos portugueses e com as suas famílias no Líbano. Portanto, temos todos identificados e têm sido todos contactados, um a um, no sentido de manifestarem o seu interesse e, portanto, neste momento não há, digamos, ninguém que queira vir mais e, portanto, não está prevista mais nenhuma operação. Se houvesse algum caso, alguém que mudasse de posição quanto a isto, provavelmente não seria necessário fazer uma operação destas, porque teríamos capacidade de pedir a algum Estado amigo", explicou
O ministro dos Negócios Estrangeiros português estava acompanhado dos secretários de Estado da Defesa, Telmo Correia, e das Comunidades Portuguesas, José Cesário.
Fonte ligada ao processo de retirada de cidadãos portugueses disse à Lusa que "são várias dezenas" de cidadãos portugueses e familiares que manifestaram a intenção de permanecerem no Líbano.
Além das malas e sacos que puderam trazer consigo, com os 41 passageiros viajaram também cinco animais domésticos: um cão e quatro gatos.
O C-130 que trouxe as 41 pessoas integra a Esquadra 501 -- Bisontes, baseada no Montijo, e aterrou às 20h16 n0o Figo Maduro.
Esta foi a segunda missão da Força Aérea de repatriamento de portugueses do Líbano. No total, o governo português já retirou 85 pessoas do país.
No voo militar de hoje, note-se, veio um grupo de 41 cidadãos composto por 16 portugueses e respetivos familiares, mas também oito libaneses, cinco espanhóis, oito são-tomenses, um brasileiro, um angolano, um russo e um francês. Portugal correspondeu ao pedido de Espanha e São Tomé e Príncipe para transportar também os seus cidadãos.
Na semana passada, já tinha chegado do Líbano um grupo de 44 pessoas, composto por 28 cidadãos portugueses e pelas respetivas famílias.
Israel intensificou os bombardeamentos no Líbano desde 23 de setembro, depois de uma ofensiva de 11 meses na Faixa de Gaza, que se seguiu a um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em solo israelita, a que se seguiu um ataque do Hezbollah, grupo considerado terrorista por União Europeia e Estados Unidos.
As forças israelitas iniciaram operações terrestres "limitadas" no sul do Líbano na madrugada de terça-feira, embora o grupo xiita libanês Hezbollah afirme que está a conter a ofensiva, que até agora está a ter lugar nas aldeias mais próximas da linha divisória comum.
No último ano, segundo o governo, mais de 2.000 pessoas foram mortas e perto de 9.500 ficaram feridas em ataques israelitas em diferentes partes do Líbano.
O relatório refere que a maioria das vítimas ocorreu cerca de duas semanas após o início da campanha de bombardeamentos israelitas em massa.
[Notícia atualizada às 23h00]
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