O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, reagiu esta segunda-feira à morte de Mário Vargas Llosa, descrevendo um "triste dia para a literatura".
"Foi com ele que mergulhei na euforia mágica das letras hispano-americanas, ao lado de Paz e Márquez. Mais tarde, o deslumbre da ironia lúcida do seu envolvimento cívico. Mário - um nome que só podia ser romano", escreveu o governante na rede social X.
O romancista peruano-espanhol morreu este domingo, aos 89 anos, em sua casa em Lima, onde vivia desde 2022.
A notícia foi dada pelos filhos, também nas redes sociais.
"Com profunda dor, tornamos público que o nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, rodeado pela sua família e em paz", escreveu o filho Álvaro Vargas Llosa.
Triste dia para a literatura, o dia em que morre Mário Vargas Llosa. Foi com ele que mergulhei na euforia mágica das letras hispano-americanas, ao lado de Paz e Márquez. Mais tarde, o deslumbre da ironia lúcida do seu envolvimento cívico. Mário - um nome que só podia ser romano.
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) April 14, 2025
Nascido em Arequipa, em 28 de março de 1936, Jorge Mario Pedro Vargas Llosa, foi também político, jornalista, ensaísta e professor universitário.
Vargas Llosa foi um dos principais escritores da sua geração, ao ponto de alguns críticos considerarem que teve um impacto e uma audiência internacional como nenhum outro do 'boom' da América Latina.
Desde cedo começou a envolver-se politicamente, primeiro como apoiante de Fidel Castro e da revolução cubana, depois como defensor da democracia liberal, mais conservadora, capitalista, chegando mesmo a concorrer à presidência do Peru, em 1990, por uma coligação de centro-direita, contra Alberto Fujimori (1990-2000).
O júri do Prémio Nobel da Literatura de 2010 justificou a escolha de Vargas Llosa por ser detentor de uma escrita que faz a "cartografia das estruturas do poder" e de uma obra que revela "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo".
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